O assassinato do policial militar das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Patrick Bastos Reis, 30 anos, no dia 27 de julho, no Guarujá, no litoral de São Paulo, desencadeou operação policial nos últimos dias para encontrar os suspeitos envolvidos no crime. Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, a Polícia Militar prendeu 84 pessoas em seis dias, entre 28 de julho e 2 de agosto. Do total, 54 foram presos em flagrante e 30 foragidos da Justiça, capturados. Além disso, quatro adolescentes foram apreendidos.
Segundo informações da SSP-SP, divulgadas nesta quinta-feira (3), os policiais conseguiram identificar e prender todos os criminosos que participaram da morte do PM. O último envolvido foi detido na madrugada de quarta-feira (2). Trata-se do irmão do homem apontado como o autor do disparo que matou Reis e que já tinha sido preso no domingo (30).
Participam da ação 600 agentes de equipes especializadas das polícias Civil e Militar do litoral de São Paulo.
No período, a polícia vistoriou 2.155 automóveis, dos quais 152 foram removidos, e 1.143 motocicletas, das quais 117 foram recolhidas. Dez veículos com queixa de furto ou roubo foram localizados. Até quarta-feira, foram apreendidas 21 armas, entre pistolas e fuzis.
Também conforme a SSP, na quarta-feira, subiu para 16 o número de mortos durante a Operação Escudo. Ouvidoria das polícias e Ministério Público apuram os casos.
Apesar de a polícia alegar que a ação ocorre para inibir o tráfico de drogas e trazer segurança à população, o clima é de tensão e medo na região em meio à operação que a Polícia Militar realiza na cidade do litoral paulista. Moradores relataram tiroteios, temor de sair de casa à noite e comércios vazios.
Sobre as denúncias de tortura nas ações da polícia, o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite disse, na ocasião, que exames realizados pelo Instituto-Médico Legal (IML) não apontaram para este tipo de ocorrência.
— Desmistificando algumas narrativas, que não passam de narrativas, dizendo "olha, o indivíduo foi torturado". Todos os exames até agora realizados pelo IML não apontaram qualquer singelo hematoma, muito menos sinal de tortura dos indivíduos que trocaram tiros com os policiais — declarou o secretário.
Mesmo após a prisão dos envolvidos no assassinato do policial Reis, a Operação Escudo continua em toda a região.