Deixou a Penitenciária Estadual de Santa Maria na manhã desta terça-feira (8), o advogado Jeronimo Temp Martins. A liberação dele se deu por meio de habeas corpus, concedido pelo Tribunal de Justiça do Estado.
Martins foi um dos 15 presos na Operação Maturin, da delegacia da Polícia Federal em Santa Maria, contra um grupo suspeito de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro na Região Central na semana passada. A prisão do advogado era temporária.
O advogado é investigado por associação para o tráfico. Diferentemente da maioria dos alvos de mandados de prisão cumpridos na semana passada, Martins ainda não foi indiciado.
— Extrapolou as atividades como advogado, e por isso está sendo investigado na possibilidade de estar atuando em associação para o tráfico — afirmou o delegado Leonei Almeida, da Polícia Federal (PF), durante coletiva de imprensa sobre a operação, a respeito da prisão de Martins.
O advogado do investigado, Christiano Pretto, afirma que não há provas concretas contra o cliente dele.
— Impetramos o habeas corpus ontem (segunda) à tarde e à noite obtivemos a concessão da medida liminar de soltura, pois, com relação ao exercício da advocacia, não houve indicação de ato concreto a indicar que ele tenha excedido os limites da profissão. Não justificando, por tal fundamento, a sua segregação. Ainda é prematuro antecipar algo sobre a prova, pois o inquérito é extenso e ainda não foi finalizado pela autoridade policial.
A reportagem fez contato com a OAB de Santa Catarina, que afirmou que "não se posiciona sobre essas situações, pois todos os procedimentos relacionados à conduta de advogados têm sigilo por lei".
Advogados de outros investigados também ingressaram com habeas corpus, mas ainda não houve decisões do Tribunal de Justiça.