O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, comentou, nessa segunda-feira (24), o pacote para segurança pública lançado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, que traz medidas para dificultar a compra de armas pela população. Tarcísio afirmou que "nunca se dificultou a compra de armas pelos criminosos no Brasil" e defendeu que "a arma na mão do cidadão" significa "poder de dissuasão" contra a criminalidade.
— Eu entendo que a arma na mão do cidadão é sempre um poder de dissuasão. No final das contas, você não sabe se o cidadão está armado ou não. Ele para pra pensar duas vezes se vai fazer uma abordagem ou não. Você ter o cidadão desarmado, o bandido sabe: esse cara está desarmado. Eu tirei essa dúvida da cabeça do bandido — defendeu o governador.
A facilitação do acesso a armas foi uma das principais bandeiras do governo Jair Bolsonaro (PL), do qual Tarcísio foi ministro da Infraestrutura. Ao dificultar o acesso a armas, um dos objetivos do governo federal é evitar que os arsenais cheguem ao crime organizado. Segundo Tarcísio, "o criminoso está armado até o dente" no Brasil.
— Nossa ação de segurança pública, entre outras questões, é combater o contrabando de armas. Nunca se dificultou a aquisição de armas por parte dos bandidos, estão com armas que só os melhores exércitos do mundo têm. O que a gente tem que fazer é impedir que essas armas cheguem aos bandidos — disse, ao afirmar também que o governo estadual vai investir em inteligência para combater o contrabando de armas.
Cracolândia
O governador paulista afirmou que as operações de combate ao tráfico de drogas no centro da capital paulista "serão diárias" e que outros traficantes "continuarão sendo presos". A declaração ocorre dois dias depois de 18 pessoas serem presas após ação deflagrada pela Polícia Civil em conjunto com a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana na região conhecida como Cracolândia.
— Do início do ano pra cá, prendemos 600 traficantes no centro de São Paulo e vamos prender muito mais — afirmou o governador. Tarcísio declarou que a situação da Cracolândia precisa ser analisada sob a óptica de um programa de Estado, e não de governo. Afirmou também que estratégias de gestões anteriores "fracassaram".
—Tinha programa que focava mais em segurança e pouco na assistência. Outros pesavam na assistência, mas faltavam na segurança.
Tarcísio defendeu a proposta de fazer um censo sobre as características dos usuários (idade, origem e tempo que frequenta a Cracolândia), mas não deu um prazo para esse trabalho ser realizado.
— É uma dinâmica complexa. Tem dias que um é preso, e outras pessoas chegam (na Cracolândia). Esse trabalho (de mapeamento) é feito diariamente.
Operação Impacto SUmaSSP
Em outra ação de combate ao tráfico de drogas, foram apresentados os resultados da operação SUmaSSP, que reúne policiais de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. O objetivo da atuação conjunta é combater crimes interestaduais e transnacionais que acontecem nas fronteiras, como tráfico de drogas e armas, contrabando, crimes ambientais e outras ocorrências.
De acordo com os resultados apresentados, em São Paulo os policiais apreenderam 7.911 quilos de drogas, recuperaram 609 veículos e prenderam 1.186 pessoas entre os dias 20 e 24 de julho. O número de menores apreendidos foi de 167.
Na soma dos cinco Estados, o balanço foi 1.563 pessoas presas (423 eram procurados), além da apreensão de 11,1 toneladas de drogas e 185 armas de fogo ilegais.
Além das fronteiras, as ações policiais no território paulista se concentraram na Baixada Santista, em decorrência do Porto de Santos, foco de escoamento das drogas para outros países. Tarcísio classificou os resultados da operação como "expressivos".