A Polícia Civil de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, deflagrou nesta semana a Operação Arroz de Ouro, que poderá revelar um dos maiores esquemas de furto, receptação e fraude fiscal sobre o agronegócio gaúcho. Em pouco mais de ano, o grupo investigado teria desviado mais de 3 mil toneladas do cereal, de produtores de cinco municípios.
A operação, coordenada pelo titular da 2ª Delegacia de Polícia de Uruguaiana, delegado Wellington Pinheiro, cumpriu mandados de busca e apreensão que resultaram na apreensão de documentos e equipamentos de informática, pelos quais a investigação pretende identificar mais participantes do esquema.
Até esta sexta-feira (30), duas pessoas haviam sido incluídas na investigação como possíveis operadores do esquema. Cerca de R$ 4 milhões em bens atribuídos aos investigados foram bloqueados para averiguação por ordem da Justiça.
— É um volume muito grande de mercadoria. Corresponde a mais de 80 caminhões carregados. Acreditamos que se trata de uma das maiores redes de furto de produto agrícola e comercialização mediante emissão fraudulenta de documentação fiscal na história recente — define Pinheiro.
O delegado revela que perícias e diligências planejadas a partir de desdobramentos da operação deverão apontar os demais "tentáculos" da rede criminosa. Empresas no Paraná estão sendo investigadas.
Na execução dos mandados, foram apreendidos um caminhão, duas caminhonetes, R$ 15 mil em espécie e munição para arma de fogo, o que configurou procedimento de prisão em flagrante de um dos investigados. Os investigados não tiveram a identidade divulgada pelas autoridades.
Para Pinheiro, a apuração trata de crimes graves contra os produtores lesados e também contra o sistema econômico e tributário, pois envolvem umas das principais atividades do Estado (agronegócio), que garante a "geração de riquezas, investimento em políticas públicas, inclusive, com reflexos em âmbito nacional", citou o titular da operação.