A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira (19) inquérito dos três dias de ações simultâneas ocorridas na semana passada em um sítio de Morungava, em Gravataí, na Região Metropolitana. No local, houve um confronto que deixou o líder de uma quadrilha morto – Adalberto Arruda Hoff, o Beto Fanho – e foram encontradas 26 armas que estavam escondidas enterradas.
Foi usada até uma miniescavadeira e dois detectores de metais para a localização do armamento. A conclusão do trabalho policial foi de que cinco suspeitos, presos durante a investida dos agentes de segurança, por tráfico e associação ao tráfico, além de resistência, posse e porte ilegal de armas de fogo.
O responsável pelo procedimento, o titular da 2ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Rafael Liedtke, diz que os documentos já foram remetidos ao Poder Judiciário. Segundo ele, não houve indiciamento de policiais militares envolvidos no confronto.
— Ficou mais do que claro que agiram em legítima defesa, fiz questão de apontar isso no inquérito. Vale lembrar que o suspeito morto (Beto Fanho) teve o corpo localizado ao lado de um fuzil municiado e de uma pistola. Havia também granadas no local — diz o delegado.
Os nomes dos cinco indiciados não foram divulgados. Após a morte de Beto Fanho, na quarta-feira da semana passada, a Brigada Militar voltou ao sítio e flagrou suspeitos escavando o local. Dois deles foram detidos atrás da residência, próximo a um buraco onde armamento estava enterrado. Outra dupla estava em propriedade rural vizinha, também pertencente à facção, e foi detida.
No dia seguinte, na quinta-feira da semana passada, os policiais militares receberam nova denúncia e foram mais uma vez ao sítio. Na ocasião, o quinto indiciado nesta sexta-feira foi detido. Os policiais passaram o dia no local escavando a área atrás de armas. Foi quando usaram a miniescavadeira e os detectores de metais.
A polícia também apontou no inquérito que o material usado pela facção que vende drogas na Vila São Borja, bairro Sarandi, zona norte de Porto Alegre, usava a propriedade rural como depósito de armas. Além disso, Beto Fanho, tinha pelo menos 22 antecedentes criminais, sendo sete por homicídios, e era monitorado por tornozeleira eletrônica quando foi morto.
O delegado Liedtke destaca que ele também se escondia no sítio, tendo apoio de seguranças armados, por ter sofrido várias emboscadas desde 2022. A polícia ainda apontou ligação de Beto Fanho, com mais de 50 anos de condenação, com outro crime que teve repercussão na Capital, em novembro de 2020. Criminosos passaram de carro disparando contra um veículo estacionado em frente à emergência do Hospital Cristo Redentor.
Além disso, há uma investigação policial que apura se chacina em Porto Alegre, ocorrida no domingo passado na Vila São Borja, tem relação com tentativa de tomar área que era dominada pelo líder da facção assassinado durante confronto com policias em Gravataí.