A Polícia Civil prendeu uma mulher suspeita de explorar as próprias filhas, de oito, 10 e 12 anos. A detenção ocorreu na manhã desta quinta-feira (27), na casa da família, em Porto Alegre, e faz parte da operação La Lumière, da 1ª Delegacia da Criança e do Adolescente do Departamento Estadual de Proteção aos Grupos de Vulneráveis.
No local, foram apreendidos objetos sexuais e possíveis provas que ligariam a mãe a um criminoso do Litoral Norte. A suspeita, que tem 32 anos, foi presa em flagrante e encaminhada a um presídio.
Segundo a delegada Camila Franco Defaveri, a negociação entre a mãe das vítimas e o explorador ocorria através de um chat. A mulher combinava a compra de perfumes, roupas íntimas e outros acessórios para as meninas. Eram acertados dias em que elas viajariam até o imóvel do abusador, um apartamento na praia de Imbé. Em uma das mensagens, ele sugere ainda “levar as crianças para passeios em parques aquáticos no verão”.
— É a ponta do iceberg. Encontramos várias conversas com outras mães de crianças com essa faixa de idade, entre sete e 12 anos. É a mesma conversa, sempre pedindo pra entregar as meninas arrumadinhas, de banho tomado, oferecendo valores para que elas comprem o que for preciso para arrumá-las — complementa a delegada.
As crianças foram levadas à perícia psíquica e física — há material genético em vibradores recolhidos como prova, na casa da suspeita, segundo a investigação.
O suspeito, de 41 anos, foi preso em flagrante, também nesta manhã, em um dos dois imóveis que possui no litoral — uma casa ampla e com segurança reforçada, segundo a polícia. Ao perceber a chegada dos agentes, ele quebrou um smartphone e um notebook, mas o Instituto-Geral de Perícias (IGP) conseguiu recuperar imagens dos dispositivos que comprovam o crime de pornografia infantil. Pelos danos aos equipamentos, ele será enquadrado em fraude processual.
Ele ainda será indiciado por exploração sexual, assim como a mãe das vítimas. Este crime tem pena prevista de 4 a 10 anos de reclusão. Os nomes dos investigados não foram divulgados para preservar a identidade das vítimas.
A operação contou com apoio de equipes do Instituto-Geral de Perícias — Divisão de Informática e Divisão de Genética Forense, como também apoio do CRAI —, Centro de Referência em Atendimento Infanto-Juvenil e de equipes do Conselho Tutelar. Atuaram 35 policiais civis.