A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (21) que localizou e interditou na noite de quinta (20) um depósito de armas e drogas em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Um homem que seria responsável por fazer entregas de entorpecentes para pontos de tráfico foi preso em flagrante.
Agentes da 1ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) recolheram o carro usado por ele. Além disso, apreenderam 10 quilos de maconha, balanças de precisão, três armas, munição, celular e colete balístico.
Conforme a polícia, o depósito pertence à facção que foi alvo de uma operação policial na quarta-feira (19), resultando no bloqueio de R$ 30 milhões utilizados na lavagem de dinheiro em bens e investimentos.
O titular da 1ª Delegacia do Denarc, delegado Guilherme Dill, diz que recebeu a denúncia e, em menos de 24 horas, conseguiu interditar o local. Segundo ele, os policiais obtiveram êxito na ação depois de um monitoramento intenso.
— Durante a investigação e o monitoramento constante, foi possível notar que o indivíduo denunciado desempenhava os mesmos comportamentos que foram narrados pelo denunciante — ressalta Dill.
O detido já tinha antecedentes criminais por porte ilegal de arma de fogo e foi recolhido ao sistema prisional. O nome dele não foi divulgado porque a polícia segue investigando o caso para identificar outros suspeitos.
Lavagem de dinheiro
A organização criminosa que tem base no Vale do Sinos foi alvo, na quarta-feira, de ofensiva que envolveu 280 policiais militares e civis no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. De acordo com a investigação, além de estar ligada a 12 homicídios e de vender drogas no extremo-sul de Porto Alegre e em São Leopoldo, a facção lavou mais de R$ 30 milhões do tráfico.
Houve compra de imóveis, veículos de luxo e depósito em contas bancárias, tudo em nome de laranjas. Mas, nos últimos dois anos, a investigação descobriu que foram investidos valores no mercado imobiliário dos dois Estados, na compra de pousadas no litoral catarinense e empresas de fachada. Em oito meses, somente uma das empresas recebeu R$ 1,3 milhão da facção.