A Polícia Civil indiciou, nesta semana, mais quatro suspeitos do sequestro de um empresário de Canoas, na Região Metropolitana, no dia 26 de dezembro de 2022. O grupo, que chegou a pedir R$ 500 mil de resgate, teve outros três indiciados anteriormente: dois que foram presos quando a vítima foi libertada de cativeiro no Vale do Sinos e um terceiro que segue foragido.
Além destes sete responsabilizados por extorsão mediante sequestro, outros dois integrantes da quadrilha morreram durante confronto com agentes da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Os suspeitos, se condenados, podem pegar uma pena de oito a 15 anos de prisão.
O titular da Delegacia de Roubos, delegado João Paulo de Abreu, diz que os quatro indiciados nesta semana foram capturados no dia 22 de março durante operação policial realizada em São Leopoldo. Na ocasião, os agentes cumpriram seis mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão na cidade. Foram deslocados 65 agentes para ações nos bairros Arroio da Manteiga, Campina, Scharlau, Feitoria e Duque de Caxias.
O crime
No dia 26 de dezembro do ano passado, um empresário de 31 anos foi sequestrado e mantido em um cativeiro em Portão. A família acionou a polícia e, em poucas horas, a investigação chegou a um suspeito, que foi preso e indicou a localização da vítima.
O local, uma casa afastada da área central do município, foi invadido dia 27 de dezembro e dois sequestradores foram mortos em troca de tiros com os policiais. Na ocasião, um terceiro integrante do grupo foi detido. O empresário ficou 27 horas sob poder dos criminosos. Ele teve mãos amarradas e o rosto encoberto por um capuz.
O delegado afirma ter sido fundamental o fato de a família acreditar no trabalho policial e acionar o Deic. Abreu divulgou alguns áudios da vítima ainda sob poder dos criminosos. Em um deles, alertava:
— Mãe, sem polícia... Eles me asseguraram que vão me deixar vivo se não tiver polícia.
Em outro, desta vez para sua esposa, ele destaca o pedido de resgate:
— Eu estou bem, só faz o Pix, é a chance de eu ficar vivo.
Durante a gravação, um dos sequestradores pega o telefone e também fala:
— Sem envolver polícia.
O resgate não foi pago, conforme já havia divulgado a polícia. Apesar disso, os sequestradores conseguiram acessar aplicativos de banco da vítima enquanto ela ainda era mantida refém e transferir cerca de R$ 60 mil.
Os dois sequestradores que morreram foram identificados como Anderson de Castro Rodrigues, 34 anos, e Adriano Ávila Saraiva, 39. Os nomes dos indiciados ainda não foram divulgados pela polícia. A investigação segue, em busca de um suspeito de lavagem de dinheiro. Ele estaria investindo capitais, além de fazer depósitos em contas bancárias em nome de laranjas.