Dois homens foram mortos em confronto com policiais na noite de terça-feira (27) em Portão, no Vale do Sinos. Conforme a polícia, eles haviam sequestrado um empresário de Canoas no dia anterior.
Um deles foi identificado como Anderson de Castro Rodrigues, 34 anos — ele deveria estar usando tornozeleira eletrônica, mas rompeu o equipamento, segundo a polícia. O outro será identificado por meio de exame do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Dois homens foram presos na ação. Nenhum deles teve o nome divulgado.
O sequestro do empresário, de 31 anos, ocorreu por volta das 18h15min de segunda-feira (26), na região central de Canoas. Ele e a família possuem um comércio na cidade.
Pouco tempo após o sequestro, os criminosos passaram a fazer contato com familiares da vítima por meio de WhatsApp, pedindo o repasse de R$ 500 mil para resgate. Os parentes procuraram a Polícia Civil, e a investigação passou a ser feita pela 1ª Delegacia de Repressão a Roubos e Antissequestro (1ª DR), vinculada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Foi possível identificar ao menos três pessoas que estariam envolvidas no crime, e a polícia prendeu em flagrante um homem, que estava na companhia de uma mulher, em Canoas. Com ele, estava um automóvel Fox — que havia sido roubado em Guaíba na semana anterior e usado no sequestro.
A partir dessa prisão, a investigação chegou ao local exato do cativeiro, um galpão, localizado na área rural de Portão. No local, na noite de terça-feira, as equipes operacionais foram recebidas a tiros e revidaram. Dois homens foram atingidos e morreram no local.
O empresário vítima do sequestro, mantido em cárcere privado, foi encontrado no interior de um banheiro. Segundo a polícia, ele estava no local desde o dia do crime, deitado em um piso frio. Ele apresentava bom estado de saúde físico, mas estava muito nervoso e com medo, conforme os policiais.
Outras equipes conseguiram prender outro homem, de 32 anos, em São Leopoldo. Ele tentou fugir pulando a janela de um quarto. De acordo com a polícia, ele era responsável por receber valores transferidos da conta da vítima e, ao longo do dia, tentou realizar saques em diferentes estabelecimentos bancários. A ação na cidade contou com apoio da Brigada Militar e da Guarda Civil Municipal.
Conforme o delegado João Paulo de Abreu, titular da 1ª DR do Deic, a família do empresário não chegou a fazer transferências para os criminosos. No entanto, eles conseguiram acessar aplicativos de banco da vítima e transferir pouco mais de R$ 60 mil.
— Acessando aplicativos de banco, eles conseguiram transferir valores, para mais de R$ 60 mil. Parte a gente conseguiu bloquear, e parte, não. Houve acesso a valores mediante ameaça; ele (a vítima) relatou que batiam com a arma nele — explica.
No terreno onde ficava o cativeiro, havia uma residência em construção. Nessa casa, estava a namorada de Anderson de Castro Rodrigues e duas crianças. A mulher relatou à polícia que não sabia sobre o que acontecia no galpão e que só tomou conhecimento quando ouviu os disparos.
A investigação continua, para apurar a participação de outras pessoas no caso.