“A vida só dá asas a quem não tem medo de cair!”. A frase foi legenda de uma das últimas publicações de Ludmila Vianna, de 21 anos, morta com um disparo de arma de fogo na cabeça na noite desta segunda-feira (27), quando saía do trabalho. O crime aconteceu por volta de 21h, em frente a empresa de tecnologia em que ela trabalhava, no bairro Santa Lúcia, em Campo Bom, no Vale do Sinos.
Ludmila estava junto de sua companheira, de 20 anos, também colega de trabalho, quando um criminoso abordou as duas no estacionamento externo da empresa. De acordo com a Brigada Militar, o pivô da abordagem era a motocicleta de que as jovens tanto gostavam, uma Yamaha Factor 125 vermelha, que foi abandonada momentos depois do crime no centro da cidade.
Câmeras de videomonitoramento registraram a ação do criminoso, que durou pouco mais de 10 segundos. No recorte do vídeo, às 20h59min, o suspeito, que aparenta ser um homem, anuncia o assalto, se aproxima de Ludmila e efetua o disparo. O caso foi registrado como latrocínio – roubo seguido de morte.
O delegado Clóvis Nei da Silva, titular da Delegacia de Campo Bom, diz apenas que a polícia segue trabalhando com a hipótese de latrocínio e buscando elucidar o caso. Até a noite desta terça-feira (28), ninguém havia sido preso.
Leonina e fã da cantora Marília Mendonça, em suas redes sociais Ludmila se apresentava como admiradora da natureza e apegada à família. Um amigo dos familiares, que a conheceu desde pequena, mas preferiu não se identificar, a descreveu como uma pessoa “trabalhadora e querida”. O homem conta que a jovem e sua companheira se conheciam desde pequenas e que cresceram como melhores amigas.
Vinda de Marabá, no Pará, a família de Ludmila morou na cidade de Rosário do Sul, na Fronteira Oeste e, depois, em Nova Hartz, no Vale do Sinos. Atualmente, ela vivia com a companheira no Vale do Sinos.
Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a perda da jovem. “Ludmila Viana meu coração chora. Que Deus te receba de braços abertos. Vai fazer muita falta aqui. Seu jeito alegre de viver a vida”, postou uma amiga. “Meu deus diz pra mim que tudo isso é uma mentira, minha comadre amiga irmã. Vai em paz. Que deus te receba de braços abertos. Vamos sentir muito tua falta”, escreveu outra amiga.
O velório de Ludmila começaria às 22h desta terça-feira, no Cemitério Municipal de Três Cachoeiras, no Litoral Norte. A cerimônia de despedida está marcada para as 10h de quarta-feira (29) na capela do mesmo cemitério, seguida do sepultamento.
Insegurança
Nas redes sociais, o Sintratel-RS, sindicato que representa os trabalhadores em telecomunicações no Estado, publicou uma nota de pesar e solidariedade a Ludmila e cobrando providências com relação à segurança para a empresa GetAtende. “O sindicato já alertou, por diversas vezes, a necessidade de uma maior segurança no local, pois há vários casos de assaltos e roubos de carro. No estacionamento onde ocorreu esse crime há pouca sinalização e iluminação, colocando em risco todos os trabalhadores e trabalhadoras da companhia”, diz o texto.
A empresa GetNet foi procurada pela reportagem na noite desta terça-feira, mas a informação recebida é de que o atendimento só pode ser feito na manhã de quarta-feira (29).