Está marcada para a tarde desta sexta-feira (10) a primeira audiência, na Justiça Militar, sobre o caso de suspeita de tortura e de extorsão que teriam sido praticadas por dois policiais militares em Novo Hamburgo, em 1º de janeiro deste ano. Um vídeo, gravado por um vizinho do local, mostra a dupla colocando um saco na cabeça de uma mulher algemada, dentro de um bar.
Na audiência, serão ouvidas testemunhas de acusação, apontadas pelo Ministério Público, e as vítimas. Além da mulher que aparece no vídeo, o companheiro dela também narrou que foi algemado e agredido.
Os soldados foram identificados como João Victor Alves Viana, 30 anos, que entrou em novembro de 2018 na BM, e Leanderson Alves da Silva, 25 anos, que trabalha desde março de 2021 na corporação. Eles estão presos preventivamente e respondem por tortura, roubo qualificado e ameaça.
Segundo a versão do Ministério Público, ao perceberem que tinham sido filmados asfixiando a mulher, os policiais saíram do local às pressas, deixando para trás uma pistola e um colete balístico, mas levando bebidas e R$ 250 em dinheiro. Depois, os PMs teriam retornado ao estabelecimento, para pegar a pistola e o colete, e ameaçado as vítimas de morte, caso o vídeo fosse divulgado.
Contrapontos
O que diz Leanderson Alves da Silva
O advogado Jair Canalle, que defende Leanderson, afirma que vai pedir a liberdade do cliente na audiência: “Trata-se da primeira audiência de instrução processual, onde serão ouvidas testemunhas arroladas pelo Ministério Público e, após, a defesa renovará pedido ao juízo para substituir as medidas cauteles privativas de liberdade por medidas restritivas de direito, que pode proporcionar ao acusado o direito de responder o processo em liberdade”.
O que diz João Victor Alves Viana
Fábio Cesar Rodrigues, que defende o soldado João Victor, afirma que só vai se manifestar nos autos do processo.