Pouco mais de uma semana após a série de ataques em prédios no bairro Petrópolis, a Polícia Civil segue na tentativa de localizar um dos suspeitos de envolvimento no crime, identificado por meio de imagens de câmeras de segurança. Apesar dos relatos dos moradores de que uma dupla teria causado prejuízos e tentado invadir pelo menos sete imóveis, três casos foram registrados e estão sob apuração.
Segundo o delegado Luciano Peringer, da 8ª Delegacia de Polícia, o suspeito identificado é um foragido da Justiça, que já esteve preso anteriormente por outros casos de furtos a residências.
— Estamos fazendo diversas diligências para efetuar a prisão desse indivíduo. Ele é contumaz nesse tipo de delito, no mesmo modus operandis (forma de agir). Como são moradores de rua, andarilhos, usuários de drogas, acabam rodando toda a cidade e indo para outros municípios. Esse foragido já foi preso algumas vezes, até no município de Gravataí — diz o delegado.
Em Porto Alegre, conforme Peringer, o investigado é suspeito de envolvimento em furtos em diversos bairros, não somente no Petrópolis. O nome do foragido não foi divulgado pela Polícia Civil. Segundo o delegado, três casos de furtos ou tentativa de arrombamentos na Rua Coronel Corte Real na madrugada da terça-feira, 28 de fevereiro, chegaram ao conhecimento da investigação.
— Eles normalmente ficavam tentando subtrair objetos que estavam ou no interior da área aberta do prédio ou nas garagens — afirma o delegado.
Em um dos casos, os criminosos levaram um par de tênis e uma lanterna que estavam dentro de um veículo. Depois disso, a dupla teria tentado levar uma bicicleta de dentro de um condomínio. Como não conseguiram, partiram para um terceiro prédio e dali furtaram duas bicicletas. Durante as ações, os ladrões acabaram danificando portões e porteiros eletrônicos dos imóveis.
Policiamento na região
O caso levou à realização de uma reunião entre policiais do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM), responsável pela área, e moradores do Petrópolis. No encontro, a Brigada Militar detalhou as ações que estão sendo feitas para tentar evitar novos episódios. Entre as iniciativas, está a criação de um grupo de WhatsApp, por meio do qual os policiais e moradores trocam informações.
— A reunião com a comunidade foi muito produtiva. Estamos realizando operações, inclusive em conjunto com a força tática do 11º BPM, revistamos pessoas, orientamos sobre os cuidados que os moradores devem ter, especialmente no período noturno. Além disso, criamos esse grupo em conjunto com os moradores. A princípio, a situação está controlada — afirma o capitão Guilherme Meller Zacher, comandante da 3ª Companhia do 11º BPM.
Segundo moradores, houve intensificação das rondas realizadas pela Brigada Militar no bairro.
— Temos esse grupo diretamente com a Brigada e os suspeitos estão sendo abordados constantemente — diz um deles.
Outro morador da mesma rua afirma ter percebido aumento da presença policial, mas relata que ainda se sente inseguro.
— Parece que eles (policiamento) estão mostrando compromentimento, mas ainda me sinto inseguro. Mesmo com tudo que apareceu na mídia referete ao evento da terça passada, houve outro arrombamento no domingo — afirma.
No último domingo (5), um novo caso de furto foi registrado na Corte Real, nas proximidades do cruzamento com a Avenida Ipiranga. No fim da manhã, um refletor de led e uma câmera de segurança foram levados do condomínio. O ladrão teria utilizado uma chave micha (falsa) para cruzar um dos portões e depois remover os itens.
A BM afirma, no entanto, que o caso seria isolado dos demais. O criminoso não seria o mesmo dos registros anteriores e teria agido de forma diferente. O caso foi registrado e deverá ser averiguado pela Polícia Civil.