Após moradores do bairro Petrópolis, em Porto Alegre, relatarem série de ataques de ladrões a imóveis na madrugada da última terça-feira (28), uma reunião foi realizada nesta semana com a Brigada Militar. Uma das apostas é a troca de informações entre a comunidade e os policiais, com a criação de um grupo de WhatsApp, além da intensificação de rondas e abordagens a suspeitos.
Na ação que motivou a mobilização, criminosos tentaram entrar em condomínios e casas da Rua Coronel Corte Real, conseguindo invadir alguns dos imóveis. Além de danificar portões dos locais, que precisaram passar por reparos, levaram duas bicicletas. Na noite de quinta-feira (2), moradores da rua onde ocorreram os ataques e de outras próximas estiveram na sede do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) para discutir possíveis alternativas para evitar esse tipo de crime.
— O grande objetivo foi primeiramente tranquilizar a comunidade, porque eles trouxeram alguns relatos de que estavam se sentindo assustados. Mostramos as medidas que já estavam sendo adotadas e as atividades que estamos fazendo devido a esses fatos. Mas o principal objetivo é estreitar os laços da comunidade com a Brigada Militar e através disso conseguir abrir canais de confiança — afirma o comandante do 11º BPM, tenente-coronel Daniel Araújo.
Sobre o grupo de WhatsApp, a intenção é que se torne um canal para troca de informações de forma mais ágil. A ideia é que cada morador colabore caso perceba algo suspeito e repasse os dados.
— A comunidade muitas vezes tem acesso às informações de forma muito mais rápida. E por meio dessa troca podemos direcionar as abordagens, verificar as situações que estejam ocorrendo. Nosso objetivo é continuar conversando com a comunidade — diz o comandante.
Além do grupo no WhatsApp, entre as medidas adotadas, segundo o oficial, estão alterações nos horários das rondas e abordagens a suspeitos, que foram intensificadas especialmente na madrugada e próximo do amanhecer. Os ataques relatados pelos moradores foram registrados entre 5h e 6h. Câmeras de segurança registraram a ação de, pelo menos, dois suspeitos.
— Intensificamos as abordagens, as identificações de pessoas e de veículos, principalmente motocicletas, afim de trazer sensação de segurança maior — afirma o comandante.
Apesar de os moradores terem relatado pelo menos sete locais que teriam sido atacados, somente dois registros de ocorrência chegaram ao conhecimento da BM. Durante a reunião, foi ressaltada a importância de as vítimas registrarem os fatos, mesmo que sejam tentativas de furtos. No mês de fevereiro, segundo o tenente-coronel, houve queda de 33% no número de furtos em residências na região no comparativo entre fevereiro de 2022 e 2023.
— É importante salientar que o registro é de suma importância. Mas a BM não se baseia somente nisso para fazer o policiamento. O sentimento da comunidade também é importante para nós — diz o tenente-coronel.
Um dos moradores que esteve na reunião, que prefere não ser identificado na reportagem, afirma que espera que as medidas adotadas se mantenham e que ajudem a melhorar a sensação de segurança entre os moradores.
— Esse grupo serve para emitirmos alerta e tentar abordar suspeitos. O horário do patrulhamento também foi alterado, priorizando a noite e amanhecer. Mostramos nossa posição, de insegurança. A gente disse que se sente inseguro, mesmo que os números sejam bons. A reunião pode ser produtiva desde que siga tendo essa comunicação — avalia.
Os casos estão sob investigação da 8ª Delegacia de Polícia. Ao longo da semana, o delegado Luciano Peringer informou que imagens de suspeitos estavam sob análise e que casos semelhantes na região nos últimos dois meses estão sendo apurados. Neste sábado (4), GZH não conseguiu contato com o delegado.