Segunda testemunha de defesa a depor no novo júri de Leandro Boldrini, em Três Passos, a técnica em enfermagem e ex-funcionária de Boldrini, Marlise Cecília Rentz, contou que a relação de Bernardo e Graciele era boa no início da relação com médico, mas que houve uma ruptura.
— Ela vivia grudada no Bernardo, com se ele fosse dar o que ela queria. Mas depois chegou num limite. Ele não aguentava mais ficar na mesma casa que ela — afirmou Rentz.
Questionada inicialmente pelos advogados de Leandro Boldrini, a técnica de enfermagem destacou que o médico trabalhava "dia e noite", mas que ele sabia de episódios em que Bernardo era maltratado pela madrasta.
— Leandro disse assim: "eu já tive uma mulher louca (mãe do Bernardo) e pelo jeito essa outra (Graciele) é louca também — recordou.
Um dos episódios narrados pela testemunha é o de quando Bernardo ficou na chuva, do lado de fora de casa, porque não tinha a chave. Ela declarou que o pai sabia que Graciele tinha tirado e escondido a chave de Bernardo.
Sumiço do medicamento
Dias antes da morte do menino, a técnica de enfermagem relatou que ampolas de midazolam desaparecem da farmácia do hospital. O medicamento foi o mesmo utilizado na injeção que matou o menino. Segundo Rentz, Graciele apenas declarou que seria necessário colocar um cadeado no armário.
Primeira testemunha de defesa
Luis Omar Gomes Pinto, na época casado com uma das babás de Bernardo, foi a primeira testemunha de defesa. Inicialmente, os advogados dispensaram o depoimento dele, mas o Ministério Público pediu a manutenção e foi atendido pela juíza.
O homem, que também realizou serviços gerais para a família desde a época que a mãe de Bernardo era viva, disse que nunca viu agressões por parte do pai.
— Presenciei várias vezes o Boldrini chamando atenção dele (do Bernardo), mas aquela coisa de pai, "não faz isso, não faz aquilo". Mas de ver ele agredindo, estaria mentido se dissesse que eu vi — afirmou a testemunha de defesa.
Ele completou que soube de um episódio de agressão por parte da madrasta, inclusive com tentativa de asfixia com uso de uma almofada.