Cinco homens e uma mulher acusados de matar e esconder o corpo de Paola Avaly Corrêa, 18 anos, vão a julgamento nesta terça-feira (28), em Porto Alegre, quase cinco anos após o crime. Todos responderão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A execução de Paola foi registrada em vídeo e divulgada nas redes sociais.
Os júris ocorrem na 4ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre, e serão presididos pela Juíza de Direito Cristiane Busatto Zardo. Segundo a acusação, o crime foi encomendado de dentro do Presídio Central pelo namorado da vítima, em maio de 2018.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Paola foi raptada, jogada em uma cova feita num matagal e atingida por tiros. O corpo foi deixado no local e achado quatro dias depois, na Vila Tamanca, na zona leste da Capital.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), os primeiros a serem julgados, em sessão que se inicia nesta terça, serão Vinicius Matheus da Silva, 25 anos, Carlos Cleomir Rodrigues da Silva, 39, e Paulo Henrique Silveira Merlo, 40.
Vinicius é apontado como autor do rapto, ao lado de Carlos, e do disparo contra a vítima. Paulo Henrique teria participado cavando o buraco em que Paola foi colocada.
Já o homem apontado como mandante do crime, Nathan Sirangelo, 27 anos, deverá ocupar o banco dos réus na quinta-feira (2). Ele teria ordenado o assassinato depois que Paola fez uma postagem em relação a sua posição de liderança do tráfico de drogas, o que o desagradou.
Ao lado de Nathan estará Bruno Cardoso Oliveira, 28 anos, a quem é atribuído o planejamento e convocação dos comparsas. Thais Cristina dos Santos, 24 anos, é acusada de ceder a casa para esconder a vítima, indicar o local e filmar a execução e também será julgada.
Em depoimentos à Justiça, Paulo Henrique afirma ter sido forçado a participar do crime por Vinicius, sob ameaça de morte. Já Thais permaneceu em silêncio. Os outros quatro negaram envolvimento no crime.
Além dos seis réus, nos dois júris são esperados os depoimentos de quatro testemunhas indicadas pela acusação.
A pena prevista no Código Penal para o crime de homicídio qualificado, em caso de condenação, é de 12 a 30 anos de prisão. A ocultação de cadáver tem previsão de pena de reclusão, de um a três anos, e multa.
Contrapontos
A GZH, o advogado Igor Garcia, que defende Vinicius da Silva, afirma que "existem fortes indícios de que ele seja inocente, assim como todos os acusados".
A Defensoria Pública do Estado, que representa os outros dois réus que serão julgados nesta terça, Carlos Cleomir Rodrigues da Silva e Paulo Henrique Silveira Merlo, informou que só irá se manifestar em plenário.
GZH tenta contato com as defesas dos outros três réus para contraponto.