A Polícia Civil aguarda por laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) para concluir a investigação sobre a morte do taxista Bruno Rosa Miranda, 21 anos. O motorista profissional foi assassinado na noite de 27 de dezembro após aceitar uma corrida até a localidade de Boa Esperança, no interior de Paverama, no Vale do Taquari.
O principal suspeito tem 20 anos e está preso — o nome dele não foi divulgado. Ele assumiu a autoria do latrocínio, mas a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que mais pessoas tenham feito parte do assalto que resultou na morte do taxista.
Conforme a delegada Betina Caumo, a investigação apurou que o o homem que confessou ter cometido o crime teria começado a corrida de táxi sem dinheiro para o pagamento e estaria disposto a cometer um assalto, já que carregava consigo um simulacro de arma de fogo. No caminho, ele teria consolidado a intenção de enganar o taxista com a pistola de plástico para exigir dinheiro.
Após o anúncio do assalto, o taxista teria reagido. Passageiro e motorista teriam travado luta dentro do veículo de trabalho. A briga teria culminado em uma "gravata" — ação na qual uma pessoa prende a outra pelo pescoço, chaveando braço e antebraço contra o próprio peito.
Também conhecido como "mata-leão", o golpe teria asfixiado o taxista. Os investigadores, entretanto, não estão convencidos disso. Há contradições e incongruências no caso.
— Em seu primeiro depoimento, o suspeito disse que dois homens teriam abordado o táxi, roubando pertences dele e do taxista. Disse que o motorista reagiu e foi morto pelos criminosos — conta a delegada.
Confrontado com provas e indícios colhidos na cena do crime, que provocaram contradições de sua versão preliminar, o suspeito teria demonstrado incertezas e incapacidade de explicar detalhes sobre os fatos por ele descritos.
— Ao ser confrontado com as evidências, em um segundo depoimento, o suspeito não conseguiu sustentar a versão anterior e assumiu a autoria do crime — explica a delegada.
Com a confissão de participação, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva, que foi autorizada pela Justiça.
Necropsia é peça-chave para elucidar o caso
A delegada Betina Caumo pontua que o laudo de necropsia será fundamental para a elucidação dos fatos, sobretudo diante da conclusão de que o taxista não foi morto por tiro, facada ou contusão.
Segundo a delegada, o que torna insólita a narrativa do suspeito é o fato de existir uma grande desproporção de força entre os dois homens. Bruno era um homem alto e robusto, enquanto o suposto autor teria menos da metade da massa física do taxista.
— A vítima pesava em torno de 140 quilos. Era um homem alto, pesado e bem mais forte que o suspeito, que deve ter no máximo 60 quilos. É importante, diante dessa grande diferença física, questionarmos se o taxista poderia ser dominado e asfixiado pelo suspeito — aponta.
Betina indica que, pela necessidade dos resultados de necropsia e outros laudos periciais para composição de provas, a Polícia Civil solicitou mais prazo para a conclusão do inquérito. O suspeito permanece encarcerado na penitenciária de Lajeado.