Em meio ao julgamento da mãe que é acusada de matar o filho em Planalto, no Norte, uma cena chama a atenção nas imediações do Fórum. No pátio, há dois cachorrinhos vestidos com roupas pretas, com a identificação "Poder Judiciário" e "segurança" — preparadas para o júri.
São os mascotes Filó e Getúlio. Eles foram adotados por funcionários do Judiciário e recebem deles os cuidados. Ivani Ciprandi, 59, é uma das pessoas que mais dá atenção — junto à juíza Marilene Parizotto Campagna. A servidora, que completou 34 anos no Fórum nesta segunda-feira (17), conta que as duas se dividem na compra de ração e banho.
— Todo mundo cuida deles, mas eu e a doutora damos mais atenção. Eles são o xodó de todo mundo, todo mundo é apaixonado por eles — relata.
Há cerca de 10 anos, os servidores se dividem nos cuidados com diferentes cachorros. Filó está no local há três. A cachorra foi encontrada em Passo Fundo, abandonada.
— Eu dei ela para minha irmã, mas não se acostumou, e acabei trazendo ela para cá, para casa. Ela vinha me seguindo sempre para o Fórum.
Filó fazia companhia para outro cachorro, o Marrom, que morreu há cerca de seis meses. Como ela se sentia sozinha, Getúlio foi trazido também para o Fórum.
— A doutora (a juíza Marilene) encontrou ele na estrada. Ele estava no Interior, mas aí foi trazido para fazer companhia para ela.
Quando está muito frio, os mascotes dormem dentro do cartório do júri. Nos demais dias, ficam em pequenas camas na área externa, junto ao estacionamento. Nos fins de semana, passeiam pela cidade, e os servidores levam comida.
— A gente precisa ficar sempre com dois cachorros, com um só não ficamos. Eles fazem companhia um para o outro.