A Polícia Civil realiza na manhã desta quarta-feira (14) uma operação que é considerada a maior do ano contra o tráfico de animais. Até as 10h30min, 24 pessoas haviam sido presas.
Dois homens apontados como líderes do esquema investigado foram detidos por meio de mandados de prisão temporária, um deles em Canoas e outro em Santa Catarina. Outras 22 pessoas foram presas em flagrante em diferentes cidades gaúchas, a maioria por falsificação de selo público e porte ou posse de armas.
Os nomes não foram divulgados. Conforme a apuração, todos têm relação com o crime de tráfico de animais.
A polícia cumpre ainda 47 mandados de busca e apreensão. No Rio Grande do Sul, há ordens judiciais sendo cumpridas em 11 municípios, sendo que os alvos de 25 mandados — a maior parte — estão localizados em Canoas.
Também há cinco em Gravataí; três em Viamão e em Novo Hamburgo; dois em Porto Alegre, Alvorada e Sapucaia do Sul; e um em Cachoeirinha, Passo Fundo, Campo Bom e Parobé. Há ainda uma busca sendo feita em Santo Amaro da Imperatriz, em Santa Catarina.
A investigação teve início em maio, após uma apreensão de aves silvestres em Canoas, onde ficava a base do grupo, segundo a polícia. Durante as investigações, foram identificados supostos transportadores e negociantes de aves silvestres de diferentes locais.
De acordo com o delegado Mário Souza, os criminosos traficavam animais como aves, tartarugas, micos e tucanos.
— Eles vendiam tanto pela internet quanto presencialmente. O objetivo da operação é tirar essas pessoas de circulação, devolver os animais para a natureza e punir os responsáveis — explica o diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana da Polícia Civil.
As vendas eram feitas para toda a região Sul do país, e os animais vinham de diferentes Estados. Segundo a delegada Tatiana Bastos, os animais, mantidos em cativeiro, sofriam maus-tratos. O grupo chegava a lucrar R$ 500 mil por mês.
— Analisamos mais de cem grupos. Esse é o quarto negócio mais lucrativo do mundo, e esse grupo se beneficiava disso. A maioria dos animais vinha do Paraná e de Santa Catarina, mas há casos de aves que vieram até do Maranhão. O grupo também comercializava armas — detalha a titular da 4ª Delegacia de Polícia de Canoas.
Foco da operação, mais de 300 aves foram apreendidas, além de centenas de gaiolas. Além disso, foram encontradas duas armas de fogo, duas de pressão e um simulacro de arma de fogo, inclusive de calibre restrito.
Cerca de 250 policiais civis e militares participam da ação. A ofensiva tem apoio da Brigada Militar e do Ibama, que recolheu os animais.