Rio Grande terá uma delegacia da Polícia Civil especializada em homicídios a partir de 2023. A medida foi confirmada via decreto do governo do Estado. Na reestruturação, duas delegacias serão extintas e outras duas criadas. A expectativa é de que as novas delegacias comecem a operar entre janeiro e fevereiro. Em 2022, Rio Grande tem enfrentado uma onda de violência que já vitimou 98 pessoas.
— É uma necessidade que foi verificada, principalmente no decorrer de 2022, em que foi fundamental um trabalho especializado de investigação conjunta dos homicídios. Rio Grande não tem uma delegacia de homicídios. Então, esses crimes são investigados em delegacias diferentes. Porém, ao longo do ano, constatou-se que a maioria dos crimes estavam conectados. E quando não estavam diretamente conectados, estavam inseridos em um contexto de disputa de facções pelo controle de tráfico. Mais de 90% estão conectados diretamente com disputas como essa — explica a delegada regional Lígia Furlanetto.
Durante o ano, uma força-tarefa de investigação foi criada na delegacia regional focada nas investigações de homicídios. Um dos coordenadores da ação foi o delegado Alexandre Mesquita, que estava na 1ª Delegacia de Polícia e agora assume o comando da delegacia de homicídios. Na reestruturação, deixam de existir as delegacias de Atendimento à Mulher (Deam) e de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que se fundem para a criação da Delegacia de Polícia de Proteção a Grupos Vulneráveis, sob o comando da delegada Alexandra Sosa, que estava na DPCA. A delegada Paula Garcia, até então à frente da Deam, assume a 1ª Delegacia de Polícia.
A reestruturação da Polícia Civil está em andamento. O plano é que as novas delegacias funcionem no antigo prédio do Fórum, na Avenida Silva Paes. A longo prazo, o projeto é instalar no local uma Central de Polícia no município do sul do Estado.
Rio Grande enfrenta uma onda de violência em 2022 sem precedentes na história do município. Já são 90 homicídios consumados no ano. Se considerados ainda latrocínios, mortes em confronto e lesão corporal seguida de morte, são 98 mortes violentas. Os dados colocam o município no topo do ranking de homicídios entre municípios do interior do Rio Grande do Sul.