A Polícia Civil divulgou neste sábado (5) que indiciou nove integrantes de uma quadrilha que roubava e clonava carros de luxo em Porto Alegre para revender na Grande Florianópolis, em Santa Catarina. O grupo foi alvo de operação policial em 17 de outubro na Capital e em Viamão, além de Biguaçu e Palhoça, no Estado vizinho.
Os criminosos, que não tiveram os nomes divulgados, foram indiciados — conforme inquérito remetido à Justiça — por associação criminosa armada, roubo majorado, receptação de veículo, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e invasão de dispositivo informático. Dos nove indiciados, cinco estão presos e três foragidos. Durante a investigação, 21 veículos foram roubados e adulterados.
O titular da Delegacia de Roubo de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Rafael Liedtke, diz que estes automóveis foram levados das vítimas pelos ladrões apenas nos meses de maio e julho de 2021. Ele ressalta que a investigação continua para apurar se houve mais casos e mais envolvidos.
— Descobrimos que eles, inclusive um dos presos, o homem considerado o maior receptador de veículos de luxo roubados em Porto Alegre, também tinham outros crimes atribuídos a eles. Esse outro viés do grupo era a tentativa de aumento do lucro através da invasão dos celulares roubados para obtenção de dados e extorsão de vítimas, bem como, a revenda desses aparelhos no mercado ilícito — destaca Liedtke.
O delegado afirma que, desde quando foi realizada a operação policial, mais 10 carros de alto valor que foram roubados ainda estão em investigação pelo Deic. A maioria dos automóveis envolvidos no esquema criminoso é de caminhonetes, mas a investigação descobriu que os ladrões também eram orientados a procurar carros blindados. Em áudios divulgados pela polícia, integrantes da quadrilhava trocavam mensagens dizendo que só preferiam "naves" ao se referirem a automóveis de alto valor.
A primeira etapa do esquema desarticulado, segundo Liedtke, era realizar roubos à mão armada — às vezes usando armas falsas — em Porto Alegre. Depois disso, os veículos eram repassados para outros integrantes da quadrilha, responsáveis pela clonagem. Os criminosos adulteravam placas e sinais identificadores nos vidros, chassi e motor. Após esta segunda etapa, ocorriam as transferências e ofertas a terceiros.
A polícia confirmou que todos os carros, após a clonagem, eram levados para Santa Catarina. Lá, eram revendidos por preço abaixo do valor de mercado ou encaminhados para outros criminosos, principalmente ladrões de estabelecimentos comerciais e de cargas.