Uma operação policial é realizada nesta segunda-feira (17), no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, para prender integrantes de uma quadrilha especializada em roubar veículos de luxo em Porto Alegre para depois clonar e revender na Grande Florianópolis. São cumpridos 12 mandados de prisão.
Um dos alvos é um homem — que está no Estado vizinho — considerado o maior receptador de veículos de alto valor levados da capital gaúcha. A maioria dos automóveis envolvidos no esquema criminoso é de caminhonetes, mas a investigação descobriu que os ladrões eram orientados a procurar carros blindados.
A primeira etapa do esquema desarticulado, segundo a polícia, era realizar roubos à mão armada — às vezes usando armas falsas — em Porto Alegre. Depois disso, os veículos eram repassados para outros integrantes da quadrilha, responsáveis pela clonagem. Os criminosos adulteravam placas e sinais identificadores nos vidros, chassi e motor. Após esta segunda etapa, ocorriam as transferências e ofertas a terceiros.
O titular da Delegacia de Roubo de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Rafael Liedtke, monitora estes criminosos há um ano, desde quando ocorreu o primeiro roubo, na zona sul da Capital. A polícia confirmou que todos os carros, após a clonagem, eram levados para Santa Catarina. Lá, eram revendidos por preço de mercado ou encaminhados para outros criminosos, principalmente ladrões de estabelecimentos comerciais e de cargas.
Crimes
Os delitos verificados são: associação criminosa, roubos de veículos, porte ilegal de arma de fogo, receptação de carros, adulteração de sinais veiculares identificadores, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falso.
— Uma coisa que nos chamou a atenção foi o fato de que alguns ladrões ostentavam nas redes sociais após os roubos, isso aqui no Rio Grande do Sul. Já em Santa Catarina, conseguimos identificar um jovem de 27 anos, com vários antecedentes criminais, que é hoje o principal receptador de carros de luxo que são roubados aqui no Estado — explica Liedtke.
O investigado, detido em Palhoça, tem antecedentes por receptação e roubos. Além dele, todos os outros 11 alvos também têm passagens policiais.
Durante as investigações, Liedtke identificou 21 veículos roubados pelo mesmo grupo em apenas dois meses deste ano. Diversos integrantes foram reconhecidos pelas vítimas por meio de fotografias.
Operação Réplica
O Deic descobriu que houve roubos realizados por esta quadrilha em outras cidades da Região Metropolitana, mas estão sendo contabilizados apenas os casos da Capital até o momento. São dois os motivos: um porque há provas mais consistentes sobre as ocorrências de Porto Alegre e também porque, nas demais cidades, os veículos levados pelos ladrões tinham valores um pouco inferiores — não sendo considerados de alto padrão.
Liedtke diz que a investigação continua. Por enquanto, ele não está divulgando os nomes dos presos e destaca que o número de automóveis roubados e clonados deve aumentar com as confirmações a serem feitas durante depoimentos e análise de materiais apreendidos.
A chamada "Operação Réplica" conta com 80 policiais civis dos dois Estados. O Deic gaúcho destaca que, dos 16 mandados de prisão, oito são preventivas e quatro temporárias. Os cumprimentos ocorreram em Porto Alegre e em Viamão, além de Biguaçu e Palhoça, no Estado vizinho. Em Santa Catarina, as prisões foram realizadas por agentes do Deic catarinense.
Denúncias de ações criminosas podem ser feitas ao Deic pelo Disque denúncia 0800-510-2828. Também tem o WhatsApp e Telegram – (51) 98418-7814.