A Polícia Civil e a Brigada Militar (BM) prenderam nesta segunda-feira (19) dois suspeitos de ataques a tiros na zona norte de Porto Alegre ligados a guerra de facções. Um dos detidos estaria envolvido em uma chacina na região em julho deste ano. Uma das quatro vítimas estava grávida.
As prisões fazem parte da ofensiva das forças de segurança para conter os confrontos que ocorrem na Região Metropolitana. Na primeira onda de violência, entre março e abril, houve 25 assassinatos. Na segunda, que começou no final de junho, mas se intensificou a partir da segunda quinzena de agosto, já foram pelo menos 29 mortes.
Até o momento, as polícias já prenderam pelo menos 27 suspeitos e identificaram um total de 58 envolvidos, entre mandantes e executores. O titular da 5ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital, delegado Gabriel Lourenço, diz que a dupla detida nesta segunda foi encontrada no bairro Rubem Berta, em uma ação em parceria com policiais militares do 20º batalhão.
Um dos suspeitos, considerado o mais perigoso, integra uma facção criminosa que tem base no Vale do Sinos e, segundo a investigação, esteve envolvido em pelo menos quatro mortes. De acordo com a apuração, ele teria articulado um ataque a tiros no bairro Rubem Berta em 4 de julho, em um ponto de drogas.
No local, quatro pessoas de um grupo rival ao do suspeito morreram, incluindo uma grávida de 21 anos, apontada como companheira de um dos chefes do tráfico na região. Um detento apontado como um dos líderes da facção criminosa que atua na região onde houve a chacina em julho foi transferido para penitenciária federal na semana passada.
Os nomes dos presos não foram divulgados porque a investigação continua. Lourenço ressalta que a dupla estaria envolvida em outros assassinatos na região, mas ainda está buscando provas sobre os casos. Os agentes que participaram da ação realizada nesta segunda-feira também apreenderam celulares, munição e três armas, uma delas com a numeração raspada. Ao todo, foram cumpridos três ordens judiciais.