As forças de segurança do Rio Grande do Sul realizaram nesta sexta-feira (16) mais uma transferência de detentos. Dez presos foram retirados de quatro casas prisionais e encaminhados para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e para a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).
A operação da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) ocorreu um dia depois que outros 13 detentos foram removidos para três penitenciárias federais em outros Estados. Todos eles — das duas ações — são apontados pela polícia como líderes de facções e envolvidos na guerra do tráfico que deixou 29 pessoas mortas na Região Metropolitana desde final de junho.
A medida já era planejada pelo governo há vários dias, após a confirmação de que integrantes de duas organizações criminosas tinham ligação com a mais recente onda de violência na Capital. De acordo com o Departamento de Homicídios, os motivos foram dívidas entre os grupos e disputa de territórios do tráfico de drogas.
Seis transferidos nesta sexta são de uma facção que tem base no Vale do Sinos e quatro de outra, que tem base na Vila Cruzeiro, zona sul de Porto Alegre.
De acordo com o secretário de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Mauro Hauschild, a operação é uma continuidade do trabalho realizado na quinta-feira (15). A movimentação é realizada com equipes de segurança reforçadas, tanto na remoção quanto no interior das casas prisionais envolvidas.
— Cumprimos com mais uma etapa desse trabalho que busca a redução dos índices de criminalidade, garantindo mais paz e tranquilidade para a sociedade gaúcha — diz Hauschild.
Os presos estavam na Penitenciária Estadual de Porto Alegre, no Presídio Central, na Penitenciária Modulada de Charqueadas e na própria Pasc, de onde pelo menos um detento foi realocado para a Pecan. Todos estão agora em um setor de regime diferenciado.
— A transferência interna foi uma proposta do Departamento de Homicídios enquanto estratégia de estancamento destes tipos de crimes. Todos os presos removidos possuem envolvimento com homicídios recentes e seus isolamentos são fundamentais para quebra na cadeia de comando dos atentados que vinham acontecendo — relata a diretora do Departamento de Homicídios, delegada Vanessa Pitrez.
Esta é a segunda transferência interna de apenados neste ano. A primeira, também envolvendo 10 presos, foi em abril, logo após a primeira onda de violência de 2022 — que deixou 25 pessoas mortas na Região Metropolitana.
As autoridades ainda combatem esta guerra entre traficantes, que tem focos também em Novo Hamburgo e no Litoral Norte, com investigações pontuais. Este trabalho já identificou 58 mandantes e executores de homicídios, bem como já prendeu 25 pessoas.
Outras ações são o reforço do policiamento em áreas conflagradas pelo tráfico e operações policiais específicas, como a que prendeu Paulo Ricardo Santos da Silva, o Paulão da Conceição, na semana passada.