O professor de uma escola de Alvorada, na Região Metropolitana, foi indiciado na segunda-feira (15) pela Polícia Civil por abuso sexual de quatro alunas. Uma teria sido vítima de estupro e outras três de importunações sexuais, todas entre 2018 e este ano. Mas a Delegacia da Mulher da cidade vai apurar outras denúncias também. Elas foram feitas por estudantes de mais duas escolas em que o investigado lecionou desde 2015 na cidade.
O docente foi preso dia 6 deste mês e foi afastado dia 25 de julho da atual escola onde trabalhava. A prisão foi revogada na semana passada e, atualmente, ele responde em liberdade. Neste local, pais e vítimas procuraram apoio do Conselho Tutelar e depois da equipe da delegada Samieh Saleh, que conduz a investigação. Os familiares criaram um perfil em uma rede social para denunciar o fato e orientar estudantes em casos como este. As autoridades, segundo a mãe de uma aluna, foram acionadas porque a direção do colégio teria tomado como medida apenas a troca de turno do professor, que continuou no ambiente escolar até ser afastado.
A delegada explica que conseguiu comprovar quatro abusos. Um deles, o mais grave, foi confirmado estupro de uma adolescente que tinha 13 anos na época do fato. Os quatro fatos, confirmados após laudos periciais, aconteceram em períodos distintos, mas no mesmo estabelecimento de ensino: dois deles desde o ano passado, um terceiro em 2019 e o mais antigo em 2018. Mas após estas ocorrências terem sido divulgadas, a delegada recebeu mais denúncias envolvendo alunas do professor em outros dois colégios de Alvorada. Seriam fatos que ocorreram entre 2015 e 2018.
Sobre estes novos relatos, Samieh não pode passar ainda mais detalhes, principalmente porque precisa contabilizar os casos, apurar e confirmar se houve novos crimes. No entanto, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) já foi informada, e o fato foi mencionado no atual inquérito. Assim como nos outros casos, as vítimas relataram que o professor forçava carícias, abraços e beijos nas alunas. A polícia salienta a importância de que todas as pessoas que tenham sido vítimas do suspeito, registrem ocorrência na delegacia mais próxima.
Os nomes do professor e da escola não são divulgados para não expor as vítimas, em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Como denunciar
Para denunciar casos como este, há os seguintes canais:
- O Disque 100 é um dos canais de denúncia da Mulher, Família e dos Direitos Humanos. É um serviço de proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Ele funciona diariamente, das 8h às 22h.
- A Polícia Civil do Estado tem ainda o telefone com WhatsApp - 051 - 984440606. Também há o telefone 181.
- Delegacia da Mulher de Porto Alegre (Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia), bairro Azenha. As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias.