Um advogado de 60 anos de idade foi indiciado pela Polícia Civil de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, por estupro de uma jovem e por exploração sexual de adolescentes. Conforme inquérito remetido nessa quarta-feira (17) à Justiça, ele teria omitido a formação superior para cursar escola na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), com o objetivo de manter relações sexuais com as estudantes. Foram identificadas quatro vítimas.
O delegado Nilson Carvalho, responsável pela investigação, diz que as adolescentes exploradas tinham, na época dos fatos, 14, 16 e 17 anos. Uma quarta vítima, com 18 anos de idade, relatou que foi estuprada. Os casos teriam se intensificado em 2020, mas ocorreriam desde 2019. O advogado convidava as jovens, todas integrantes de famílias de baixa renda, à casa dele, com pretexto de fazer faxinas ou até mesmo trabalhos de aula. Depois, oferecia dinheiro e presentes em troca de favores sexuais.
— Ele ainda pedia por videochamadas com nudes das vítimas — ressalta o delegado.
Carvalho explica que o investigado alegou ter apenas Ensino Fundamental incompleto para se matricular em uma escola da cidade. O nome do indiciado não foi divulgado pela polícia para não expor a escola e as estudantes, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A polícia chegou a pedir a prisão do suspeito, mas a Justiça indeferiu. O investigado não possuía antecedentes criminais. Se condenado pelos delitos apresentados no inquérito, ele pode pegar pena de seis a 10 anos de prisão pelo estupro e de quatro a 10 anos pela exploração sexual.