Há uma semana, a família de Gabriel da Silva Atkinson, 16 anos, procura por informações sobre o paradeiro do adolescente. No domingo, dia 7, ele saiu da casa onde morava com o pai e a avó, na Vila Brás, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, e não retornou mais para casa. Neste domingo (14), mergulhadores do Corpo de Bombeiros fizeram buscas pelo desaparecido num arroio de Novo Hamburgo, indicado pelos parentes.
A mãe do adolescente, Mara Cristina de Ramos da Silva, 33 anos, diz que ao longo da semana recebeu dois telefonemas anônimos indicando o local. Na ligação, a pessoa dizia que o adolescente teria sido morto e depois jogado nas águas. A auxiliar gráfica está convencida de que o filho realmente não está mais com vida.
— Ontem (sábado) de manhã recebi outra ligação, do mesmo jeito, dizendo que está naquele ponto. Ele nunca sumiu assim, nunca fez isso. Meu filho foi assassinado e jogado ali. O motivo que foi não sei. Era um guri bom — desabafa a mãe.
Com ajuda de vizinhos e amigos, a família faz buscas no Arroio do Gauchinho, em Novo Hamburgo, por conta própria. Uma equipe de mergulhadoras da Companhia de Busca e Salvamento também esteve no local neste domingo. No começo da tarde, os bombeiros encerraram as buscas no local, sem encontrar vestígios do paradeiro do adolescente. A orientação repassada pelos bombeiros à família foi de que há necessidade de informação mais precisa para que novas buscas sejam realizadas. Os parentes, no entanto, seguiram a procura até o fim do dia. Nada havia sido encontrado até o início da noite.
Desde os sete anos, Gabriel reside com o pai e com a avó — a mãe mora em outra casa nas proximidades. Segundo a avó, Maria Dinorá da Silva Atkinson, 60 anos, no domingo em que desapareceu o adolescente saiu de casa por volta das 23h.
— Primeira vez que ele saiu e não voltou. Ele nunca pousou fora de casa, fora da caminha dele. De tarde ele foi na mãe dele, depois veio em casa. Só disse para mim que ia numa festinha com os amigos, não falou onde e nem com quem. Se fizeram algo para ele, só queremos encontrar o corpo dele, pelo menos — diz a avó.
Gabriel está matriculado no 1º do Ensino Médio, mas, segundo a avó, atualmente não estava frequentando a escola. A última vez que o adolescente teria sido visto foi por volta das 23h30min do mesmo domingo em que sumiu, numa praça, tomando sorvete com amigos.
— É uma aflição só. A gente não está mais aguentando isso. Até agora nada — lamenta a avó.
Maria Dinorá percebeu na manhã da segunda-feira (8) que o neto não estava em casa, mas pensou que ele tinha ido até a casa da mãe. Somente à noite, como ele não voltou, telefonou para Mara e descobriu que ele não tinha estado lá. Na terça-feira (9), a família procurou a Polícia Civil e registrou o sumiço na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). No entanto, como se trata de adolescente, o caso foi repassado à 2ª Delegacia de Polícia, onde é investigado.
O que fazer em caso de desaparecimento de crianças ou adolescentes
- Procure a delegacia mais próxima e registre o caso imediatamente
- Leve fotos atualizadas do desaparecido na hora de registrar a ocorrência
- Esteja atento ao número do telefone que é indicado como contato da família. Quando estão nervosas, as pessoas podem informar um número antigo ou errado. Isso dificulta a investigação
- Avise amigos e familiares sobre o sumiço
- Percorra locais de preferência da criança ou adolescente
- Saiba informar quem são os amigos dela e com quem pode estar
- Esteja atento às roupas que a criança ou adolescente está usando e, em caso de sumiço, descreva para a polícia
- Mantenha alguém à espera no local de onde ela sumiu. É comum que ela retorne para o mesmo ponto
- Ensine as crianças, desde pequenas, a saberem dizer seu nome e nome dos pais
- Quando a criança ou adolescente for localizada, informe a polícia