Os três réus que estão sendo julgados pela morte de Ronei Faleiro Júnior prestaram depoimento na manhã desta terça-feira (12) no Foro de Charqueadas. É o segundo dia do terceiro júri do processo que apura as responsabilidades pelo assassinato do adolescente na saída de uma festa, em 10 de agosto de 2015, na cidade da Região Carbonífera.
Os réus respondem por homicídio, além de três tentativas de homicídio, organização criminosa e corrupção de menores. Outros seis já foram julgados, em dois júris anteriores, e condenados a penas que chegam a 41 anos de prisão.
Cristian Silveira Sampaio e Jhonata Paulino da Silva Hammes pediram que não houvesse transmissão pelo Tribunal de Justiça (TJ), o que foi acatado pelo juiz Jonathan Cassou dos Santos. Matheus Simão Alves, que também responde ao processo, permitiu que seu interrogatório fosse transmitido — a assessoria do TJ publicou alguns trechos desses depoimentos fechados nas redes sociais.
O primeiro a ser interrogado foi Cristian. Em resposta ao juiz, o réu disse que esteve na festa e saiu quando as luzes foram acesas. Ele negou participação nos crimes.
— Eu tenho certeza que eu não estava e que sou inocente — disse.
Na segunda-feira (11), no primeiro dia de julgamento, foram ouvidas inicialmente as três vítimas de tentativas de homicídio: o pai de Ronei Junior (Ronei Faleiro), uma colega de escola (Francielle Wienke) e o namorado dela na época (Richard Saraiva de Almeida). Os três também foram agredidos na saída da festa e estavam no mesmo carro onde o adolescente foi atingido pelas garrafadas.
O segundo a depor nesta terça foi Jhonata. Ele disse que, na festa, recebeu um empurrão pelas costas e, quando virou, viu Richard. Na saída, segundo ele, ficou esperando por Richard e tentou dar um soco nele. Disse que errou o golpe e caiu.
— Quando levantei fiquei procurando ele, tinha muita gente na volta do carro, e saí dali — disse o réu.
A transmissão do júri foi retomada com o depoimento do réu Matheus. Ele também negou participação no crime.
— As pessoas que citam meu nome se confundiram. Esse fato eu não participei, não assisti, não presenciei. Estou há sete anos preso sem ter envolvimento com isso — disse.
Ao responder às perguntas do juiz e do Ministério Público, Matheus disse que saiu da festa com uma menina, com quem estava se relacionando na época, e ficou distante do local onde ocorreram as agressões.
— Me chamou a atenção o barulho de garrafas — disse Matheus sobre o que teria ouvido do local onde estava.
Garrafas foram arremessadas no carro onde estavam as vítimas. Ronei Junior acabou morrendo em consequência dos golpes.
O julgamento foi para o intervalo e será retomado com os debates, que poderão durar até nove horas. Depois, os jurados se reúnem na chamada sala secreta para dizer se os réus são culpados ou inocentes. Ao final, o juiz profere a sentença.
Matheus é o único dos três réus que estão sendo julgados que está preso, mas não por esse crime e sim, preventivamente, por outro homicídio. Os três, no entanto, conseguiram habeas corpus preventivos concedidos pelo desembargador Jayme Wengarner Neto, da 1ª Câmara Criminal do TJ, e não sairão presos do plenário em caso de condenação.