Será retomado nesta terça-feira (12) o júri sobre o assassinato de um adolescente na saída de uma festa. A sessão iniciará às 9h no Fórum de Charqueadas com o interrogatório dos três réus. Estão sendo julgados Cristian Silveira Sampaio, Jhonata Paulino da Silva Hammes e Matheus Simão Alves. Eles respondem pela morte de Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, 17 anos, além de três tentativas de homicídio, organização criminosa e corrupção de menores.
Nesta segunda-feira (11), primeiro dia de julgamento, foram ouvidas inicialmente as três vítimas de tentativas de homicídio: o pai de Ronei Junior, uma colega de escola e o namorado dela na época. Os três também foram agredidos na saída da festa e estavam no mesmo carro onde o adolescente foi atingido pelas garrafadas.
O depoimento do pai, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, 55 anos, durou mais de duas horas, em um relato emocionado. Logo depois, foram ouvidas as quatro testemunhas de acusação. O primeiro foi o delegado Rodrigo Reis, que investigou o crime na época. O policial reforçou a importância que a participação do grupo teve para o desfecho, que foi a morte de Ronei Junior.
— Eram muitas pessoas agredindo ao mesmo tempo, para que o veículo permanecesse aberto, e que as vítimas continuassem sendo agredidas. Concluímos ao final que a participação de todos de maneira incontestável, inegável, foi essencial para o desfecho. Sem que todos eles tivessem participado, muito provavelmente o Ronei teria conseguido fechar o veículo e empreender fuga.
O delegado afirmou que o crime se deu porque o grupo queria agredir Richard, pelo fato de ele ser de São Jerônimo. Reis recordou que uma das testemunhas disse ter visto o grupo se organizando na frente do clube para atacar alguém na saída.
— Eles estavam preparados e aguardando a saída das vítimas, em especial o Richard, que era de São Jerônimo — disse.
Ainda foram ouvidos pela acusação: um vigilante que trabalhava em um supermercado na frente do Clube Tiradentes, a mãe de uma estudante e um colega de escola do adolescente assassinado. Os dois últimos depoimentos das testemunhas de acusação não foram transmitidos pelo Tribunal de Justiça.
Logo depois, já durante a noite, iniciaram os relatos das testemunhas de defesa. Foram ouvidas duas testemunhas pelo réu Matheus e duas por Cristian. Essas pessoas também não tiveram seus depoimentos transmitidos. Somente as partes do processo, familiares das vítimas e dos réus, além de representantes da OAB, podem permanecer na sala de audiências.
Andamento
Nesta terça-feira, os três réus devem ser interrogados pelo magistrado Jonathan Cassou dos Santos, logo no começo do dia. Eles também devem responder perguntas das defesas e podem optar por não responderem ao Ministério Público, caso assim prefiram. Os réus também têm a opção de permanecer em silêncio.
Na sequência, terão início os debates entre acusação e defesas, que podem se estender por até nove horas. Por fim, os jurados decidirão se eles são culpados ou não pelos crimes. A expectativa neste cenário é de que o júri possa ser encerrado na noite desta terça-feira. Embora os réus ainda não tenham sido ouvidos, pouco antes do início do julgamento as defesas falaram rapidamente à imprensa e negaram que eles tenham cometido os crimes.