O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, filmado estuprando uma parturiente durante uma cesareana, na sala de parto, é investigado por ao menos mais cinco outros abusos. A afirmação é da delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, responsável pelo caso. Nesta terça-feira (12), a Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão de Bezerra.
— São três casos do dia 10 de julho, mais três que nós ouvimos hoje (terça-feira), de pessoas que nos procuraram, uma até de outro hospital. Contando com o que resultou no flagrante, são seis que investigamos — disse a delegada.
Além do caso registrado em gravação feita por celular, Bárbara afirmou que há indícios de que o médico tenha cometido abusos nas duas outras operações em que ele atuou no domingo (10). Os três casos ocorreram no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense.
— Os do dia 10, lá do hospital de São João (de Meriti) os indícios são mais fortes, porque há todo o relato da equipe de enfermagem, há o vídeo que foi gravado no mesmo dia, na terceira cirurgia. Então, em relação a esses dois fatos (adicionais), os indícios são mais fortes — sustentou a delegada.
Bezerra será encaminhado ao presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó. O anestesista passou por audiência de custódia na tarde desta terça-feira no presídio de Benfica, na zona norte do Rio, para onde foi levado ainda na segunda-feira (11).
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) também abriu um processo administrativo para expulsar o médico. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável, com pena que varia de oito a 15 anos de reclusão.
O escritório de advocacia que se apresentou inicialmente para fazer a defesa do médico informou nesta terça que não irá atuar no caso. A nova defesa dele ainda não foi oficializada.