Em gravações de áudio que estão circulando pelas redes sociais e aplicativos de mensagem, uma voz masculina profere uma série de xingamentos com conotação racista, misógina e gordofóbica, além de uma ameaça de morte, direcionadas a uma suposta brigadiana negra. A policial teria feito abordagem a um veículo em Porto Alegre, e o motorista, se revoltado com a situação. Por meio de nota, a Brigada Militar (BM) afirmou que ouviu o autor dos áudios nesta quinta-feira (9). Conforme o comunicado, a corporação está dando atenção especial ao caso e continua buscando esclarecimentos sobre o fato.
No início do áudio, o homem diz que a situação começou quando a policial supostamente teria insinuado que ele estava sob efeito de álcool. O fato teria ocorrido durante uma barreira policial que, segundo o narrador, teria ocorrido na Rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento.
A voz nos áudios relata que um agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC) teria realizado o teste do bafômetro e constatado que o homem não teria ingerido álcool. O resultado potencializa a ira do homem, que profere uma sequência de xingamentos referentes à cor da pele e ao peso da policial.
Na quarta-feira (8), a Brigada Militar já havia emitido uma nota de repúdio, rechaçando o conteúdo e afirmando que a Corregedoria-geral abriu uma investigação por meio do programa “PM Vítima” para analisar as gravações.
O corregedor-geral da Brigada Militar, coronel Vladimir Luís Silva da Rosa, afirmou que ainda não há dados suficientes para que a corporação se posicione.
Questionado sobre as circunstâncias em que o fato se deu, como o dia, hora e local, e sobre a identificação do autor dos áudios, o coronel afirmou apenas que a Corregedoria segue investigando o caso.
Confira a manifestação da BM
"NOTA DE REPÚDIO
A Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul vem a público repudiar veementemente o conteúdo que tem circulado em áudios na imprensa e em redes sociais, com manifestações preconceituosas de cunho racista, machista, gordofóbico e que denotam extremo desprezo e desrespeito à função policial militar, além de clara ameaça de morte. Tais ofensas teriam sido direcionados a uma policial militar integrante da nossa instituição.
A Brigada Militar é a força da comunidade na cotidiana defesa da democracia, da liberdade, da igualdade e da garantia de direitos inerentes à cidadania, tendo o respeito a todo ser humano como uma de suas premissas basilares.
A Corregedoria, através do PROGRAMA PM VÍTIMA, criado para defesa do Policial Militar vítima de atos ofensivos à sua condição profissional ou humana, já iniciou a apuração rigorosa dos fatos para identificação e responsabilização do autor dos ataques."