O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realiza nesta quinta-feira (26) uma operação para prender 11 policiais militares suspeitos de torturar e extorquir criminosos. De acordo com a denúncia, os agentes sequestravam, torturavam as vítimas e exigiam o pagamento de resgate.
Os investigados são policiais que, na época dos crimes, eram lotados inicialmente no Batalhão de Queimados (24º BPM), na Baixada Fluminense. Depois, alguns desses agentes foram transferidos para o batalhão de São João de Meriti (21º BPM), na mesma região, mantendo o esquema criminoso.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado afirma que os alvos da operação sequestravam criminosos mediante tortura e pagamento de resgate, vendiam armas, vazavam operações e faziam "troia" - uma espécie de tocaia para surpreender traficantes. O MPRJ cita como exemplo quatro membros do grupo que exigiram R$ 1 milhão de Léo Marrinha, chefe do tráfico do Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, para não prendê-lo.
Dentre os alvos da operação está um coronel da Polícia Militar que comandava outro batalhão da Baixada Fluminense e foi afastado do cargo. Segundo o G1, até o momento, foram presos nove agentes e também foram apreendidos R$ 133 mil em espécie na casa e na sala no batalhão de chefe do Serviço Reservado.
Segundo o MPRJ, os policiais recebiam propina de criminosos, mas quando o pagamento aos agentes não era realizado, eles faziam os sequestros e realizavam apreensões de materiais ilícitos em benefício próprio.
Além das prisões, estão sendo cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. As ordens judiciais foram expedidas pelo juízo da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça. A operação conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar.