A agência do Banrisul de Amaral Ferrador, no sul do Estado, que foi atacada por criminosos na tarde desta sexta-feira (13), já foi alvo de, pelo menos, outros seis assaltos. A Brigada Militar segue com as buscas pelos quatro homens envolvidos no ataque.
Cerca de cem policiais militares estão envolvidos no cerco e nas buscas à quadrilha, entre batalhões de Choque, de Operações Especiais e Aviação. Segundo o subcomandante da BM, coronel Douglas Soares, o efetivo se concentra na direção do interior do município, para onde o grupo fugiu.
Conforme a BM, a rota de fuga usada pelos criminosos foi a mesma do último ataque à agência, em 31 de maio de 2021. Na ocasião, os ladrões fizeram um cordão humano com reféns, utilizaram automóveis para bloquear a rua, dificultando o acesso da polícia e fugiram em direção à Encruzilhada do Sul.
Em março de 2018, a agência sofreu outro ataque nos mesmos moldes. Na ocasião, os criminosos utilizaram explosivos para acessar os caixas eletrônicos durante a madrugada. Na fuga, os assaltantes abandonaram o veículo em que chegaram e seguiram em outro, deixando miguelitos (ferros retorcidos) espalhados na via para dificultar uma possível perseguição.
Em agosto de 2017, quatro criminosos fizeram um homem de refém enquanto efetuaram quatro explosões nos caixas eletrônicos da agência. Após a ação, a quadrilha fugiu com o dinheiro roubado em dois automóveis.
Em julho de 2014, outra ação de criminosos aterrorizou o município. Durante o ataque, oito assaltantes encapuzados e portando armas desceram de dois veículos e invadiram a agência. Os criminosos deixaram o banco fazendo seis reféns, entre funcionários e clientes, que foram liberados depois. Na fuga, também em direção ao interior do município, efetuaram disparos contra o prédio e deixaram miguelitos no asfalto.
A mesma agência, que fica na Rua Simão Barbosa, próxima à Praça 4 de maio e à Escola Estadual de Ensino Médio José do Patrocínio, sofreu ainda outros dois ataques em 2009.
Com cerca de 7,1 mil habitantes, também foi na pequena cidade que um dos assaltantes de banco mais procurados do RS foi monitorado durante uma semana antes de ser preso, em setembro de 2019.
Novo cangaço
A polícia caracteriza este tipo de ataque em cidades pequenas, com uso de reféns como cordão humano, como novo cangaço. O coronel Douglas Soares pontua que a BM atua fortemente no combate à prática.
— Agora temos tudo sob controle, mas esse assalto muda a situação da comunidade. Esse tipo de ataque tem a ver com a questão geográfica, alguns locais que os assaltantes já conhecem — comenta.
Segundo indicadores da criminalidade da Secretaria da Segurança Pública (SSP), divulgados nessa quinta-feira (12), foram 11 ataques a banco de janeiro a abril de 2022 no Estado. No mesmo período do ano anterior, haviam sido 22 casos.