Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (5), o novo secretário da Segurança Pública do RS, coronel Vanius Santarosa, negou que haja uma guerra entre facções em Porto Alegre. Segundo ele, há sim um conflito localizado que elevou momentaneamente o número de homicídios na região da Vila Cruzeiro e dos bairros Medianeira, Santa Tereza e Cascata.
Desde o dia 15 de março, os ataques deixaram ao menos 13 mortos na Capital — outros quatro óbitos estão sendo investigados. Entre as medidas para conter os homicídios, Santarosa destacou o reforço do policiamento em áreas conflagradas pelo tráfico e a transferência para presídios federais, fora do Estado, de líderes das organizações criminosas.
— Por questões de segurança e estratégia, não posso dar mais detalhes. Mas será uma transferência bem planejada aos moldes da Império da Lei (quando foram transferidos 34 apenados de alta periculosidade em três etapas, entre março de 2020 e julho de 2021) — explicou.
Segundo o secretário, que tomou posse na segunda-feira (4), uma reunião será realizada pela tarde com vários setores do Estado sobre os ataques na Capital. O principal objetivo é reforçar o policiamento ostensivo com batalhões especializados — como o de Operações Especiais e o de Choque —, além de patrulhas com as forças táticas de várias unidades da Brigada Militar.
Outra meta é intensificar a elucidação dos inquéritos da Polícia Civil sobre a responsabilização dos autores dos homicídios.
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Sem apoio externo
Por entender que não ocorre toque de recolher nas regiões onde estão acontecendo os ataques, e pelo fato de as polícias ingressarem em qualquer área da cidade, Santarosa descarta apoio da Força Nacional de Segurança.
O secretário, que defende e planeja mais ações integradas entre as polícias gaúchas, diz que as mortes ocorreram em regiões específicas e que as medidas já adotadas, além de outras que serão colocadas em prática, serão suficientes para conter a onda de crimes.
Apesar disso, Santarosa pede o apoio da população para denunciar ações criminosas, com a garantia de sigilo. Há canais para isso tanto na Polícia Civil quanto na Brigada Militar.
Conforme o titular da SSP, desde o início dos atentados, 10 suspeitos foram detidos, além da prisão de quatro homens armados na noite de segunda-feira, na Zona Norte. A suspeita é de que os criminosos iriam cometer um novo ataque e só foram detidos porque o veículo em que estavam — com placas clonadas — foi flagrado pelo cercamento eletrônico.