Porto Alegre está prestes a completar quatro dias sem homicídios em razão do conflito entre facções criminosas, que já provocou 23 mortes e deixou 31 feridos desde o dia 14 de março. A 23ª vítima foi assassinada às 21h13min de segunda-feira (4), no bairro Teresópolis, na zona sul da Capital.
O número de vítimas pode chegar a 24 caso a Polícia Civil confirme que a morte de um homem de 32 anos, encontrado no bairro Vila Nova nesta quinta-feira (7), está relacionada ao conflito. Segundo investigações, o assassinato também aconteceu na noite de segunda-feira, apesar de o corpo ter sido localizado quase três dias depois. Já foram presos 16 suspeitos e três adolescentes apreendidos até o momento devido ao conflito.
Desde terça-feira (5), primeiro dia sem registro de homicídios em razão do conflito, a Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil têm reforçado o efetivo em áreas conflagradas. Por parte da BM, mais de cem policiais têm atuado no eixo que compreende a Vila Cruzeiro e o bairro Cascata, na zona sul de Porto Alegre. Já a Polícia Civil tem liderado investigações e planejado ações de inteligência. Áreas próximas a escolas também têm sido focadas pelos agentes.
— Estamos sentindo que a comunidade está indignada. No momento em que o conflito atinge as crianças, os moradores acabam ficando indignados com a situação — comenta Carlos Wendt, diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc).
As ações da BM contam com um helicóptero com infravermelho acoplado a uma câmera que detecta a uma altura de cerca de 300 metros, mesmo à noite, se uma pessoa está com uma arma ou um celular na mão. Por parte da Polícia Civil, imagens com drone são obtidas em incursões pelas zonas conflagradas.
Na tarde desta sexta-feira (8), o Denarc realizou uma incursão com cerca de 40 policiais no bairro Cascata. Nela, três pessoas foram presas por tráfico de drogas. Segundo Wendt, o principal objetivo da ação preventiva é mostrar a presença das forças de segurança junto à comunidade.