Um policial militar está sendo investigado por suposto envolvimento em um assalto em uma agência Itaú localizada no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. Segundo a Brigada Militar, o homem que atua na cidade e não teve o nome revelado, teria trocado mensagens com autores do ataque. A principal hipótese é que ele teria colaborado no planejamento da ação por meio de informações privilegiadas.
Durante o cumprimento de mandados de busca foi encontrado um aparelho celular suspeito, que, segundo os agentes, seria utilizado para se comunicar com o líder da organização. Munições e armas de fogo também foram localizadas. Assim que foram identificados os objetos, a corregedoria da Brigada Militar solicitou o afastamento do policial e iniciou um inquérito para apurar sua conduta.
Segundo o corregedor-geral da Brigada Militar, coronel Vladimir Luís Silva da Rosa, o homem é sargento do 3º BPM, em Novo Hamburgo, e atua no policiamento ostensivo. Um dos objetivos do inquérito é saber se ele estava trabalhando no dia do assalto, e qual o seu grau de envolvimento no caso.
— Ainda não temos condições de afirmar qual o nível de comprometimento dele no grupo criminal, mas já temos indícios de participação, mesmo que de forma colaborativa — diz Rosa.
O caso ocorreu na manhã de 3 de novembro do ano passado. Três homens entraram no banco, renderam vigilantes e levaram uma quantidade dinheiro não revelada.
Dois deles, que fugiram de carro após o furto, foram presos temporariamente em Canoas na madrugada desta sexta-feira (4) em Canoas durante a Operação Bartolomeu, deflagrada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil em conjunto com a Brigada Militar. O nome da operação faz referência a Avenida Bartolomeu de Gusmão, onde fica a agência.
Já o outro homem suspeito de integrar o ataque, de 56 anos, foi preso em flagrante no dia do crime. Conforme os policiais, ele também teria envolvimento em outros roubos a banco, como o ocorrido em Alvorada em uma agência do Santander no dia 9 de junho do ano passado. Além dele, outras seis pessoas foram detidas durante a Operação Recidiva. Segundo o delegado do Deic João Abreu, ao que tudo indica haveria relação direta entre as duas ocorrências, que teriam sido executadas por uma mesma organização criminosa.
— Quando vimos que esse homem que atuou em Novo Hamburgo também estava na ocorrência de Alvorada, passamos a trabalhar com o fato de que foram articuladas por um mesmo grupo. Resta saber agora se os suspeitos presos nesta sexta também estavam nessa ocorrência — diz.
Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Canoas, Novo Hamburgo e Alvorada. Foram recolhidos objetos como celulares, veículos e vestimentas usadas nas ações criminosas, a exemplo de camisetas e bonés da Polícia Civil falsos. As roupas e assessórios seriam utilizadas como parte da estratégia para executar crimes, embora no caso de Novo Hamburgo eles não estivessem fardados.
O delegado diz que essa tática tem sido comum entre fações que executam diferentes tipos de crimes:
— Tem sido frequente o uso de uniformes falsos para se passar por policiais e vigilantes, seja para roubos, seja para assassinatos ou outras ações criminosas.