A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Santa Maria ainda não encerrou a investigação, mas já sabe como ocorreu a morte da adolescente Thaina Nunes Rodrigues, de 13 anos. Ela foi assassinada na sexta-feira (18) após ser atingida com um tiro no rosto. O disparo ocorreu, ao que tudo indica, acidentalmente, por uma criança de 10 anos. Um homem de 59 anos, que vivia na mesma casa e não teve o nome divulgado, será indiciado por homicídio culposo, posse irregular de arma de fogo e omissão de cautela, pela falta de cuidado com a arma, permitindo que a criança tivesse acesso.
De acordo com a investigação, a adolescente foi até a casa do suspeito e da criança, no distrito de Arroio Grande, no interior do município da Região Central, junto a familiares. Quando o fato ocorreu, a vítima estava no sofá, assistindo televisão e conversando junto com os demais. Segundo o delegado Gabriel Zanella, responsável pela investigação, a criança de 10 anos pegou a arma, uma espingarda calibre 32, e acionou o gatilho, efetuando o disparo, em curta distância, contra o rosto da vítima.
— As informações eram muito contraditórias, mas conseguimos apurar que a arma pertencia efetivamente ao morador daquela casa. Ele alegou para nós que não sabia que a arma estava municiada e que, ao contrário da prova testemunhal, ele teria solicitado à criança para que pegasse a arma e levasse até ele. Ele fugiu (após o ocorrido), alegou que estava sendo ameaçado, o que é plausível. O pai (da adolescente) entrou em choque, as versões eram contraditórias, é um local de difícil acesso, mas tudo foi esclarecido, a arma foi apreendida e as circunstancias da morte foram elucidadas — explica Zanella.
A espingarda, segundo a Polícia Civil, estava atrás da porta de um dos quartos da residência, com fácil acesso. Os nomes dos envolvidos não são divulgados pela Polícia Civil em respeito às normas relativas ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A criança de 10 anos não pode responder criminalmente.