A demolição do antigo prédio da Secretaria da Segurança Pública (SSP), na Avenida Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, atingido por incêndio em junho do ano passado, está prevista para ocorrer no dia 6 de março, um domingo, às 9h. A operação inicia na próxima semana e foi detalhada na manhã desta sexta-feira (25) pelo governo do Estado.
A operação para controle de mobilidade iniciará ainda no sábado. O bloqueio total ocorrerá em uma área de 300 metros no entorno do prédio, com evacuação de imóveis residenciais e comerciais. A partir do sábado já haverá proibição do estacionamento na área a partir das 18 horas. No domingo, às 7h inicia a remoção de moradores e bloqueio da área considerada de risco.
Para impedir que veículos se aproximem haverá bloqueio em 14 pontos no trânsito. Os locais serão divulgados com antecedência pelo governo. O ingresso e saída de Porto Alegre por meio da Avenida Castelo Branco, por exemplo, ficará fechado a partir das 7h.
Na Estação Rodoviária, as últimas chegadas e saídas ocorrerão também às 7h. A partir dali, haverá evacuação total. Entre 7h e 12h, todos os ônibus chegarão e sairão pelo Terminal Conceição, localizado entre Avenida Farrapos e Alberto Bins. Nesse período, haverá 54 saídas e 30 chegadas de ônibus por meio dessa rodoviária temporária.
No Trensurb, a atividade seguirá normalmente até 23h20min do sábado. No domingo, o último embarque e desembarque será na Estação Farrapos. A partir dali, haverá ônibus fornecido pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para transportar passageiros até a Estação Mercado. Estima-se que 10 mil usuários utilizem o serviço no período.
A liberação do acesso na área no entorno está prevista para 12h de domingo, após vistoria da área.
A implosão
A operação contará com 200 quilos de explosivos. Serão usadas quatro camadas de tela de proteção para evitar projeção de resíduos. A detonação será realizada a partir de um ponto a 300 metros do local. A estimativa é de que a implosão leve sete segundos e gere 20 mil toneladas de entulhos.
A empresa FBI Demolidora será a responsável por executar o serviço.
O contrato já previa inicialmente que a implosão ocorreria em final de semana, considerando menor movimentação nas ruas e a necessidade de suspensão temporária de funcionamento da rodoviária e da circulação do Trensurb.
O valor do serviço, que inclui a demolição da estrutura colapsada na Avenida Voluntários da Pátria e remoção dos escombros, com transporte e descarte apropriado, é de R$ 3,15 milhões. O prazo para execução completa será de 120 dias.
A necessidade de demolição total foi confirmada em um laudo feito por equipes da Secretaria de Obras e Habitação, concluído no fim de setembro, que avaliou as condições da estrutura. Outro relatório, feito por técnicos da Universidade Federal do RS (UFRGS), também atesta que a implosão do imóvel é a alternativa mais segura e adequada.
Na noite de 14 de julho do ano passado, o incêndio deixou um prejuízo estimado em cerca de R$ 55 milhões. Durante o trabalho de combate às chamas, dois bombeiros morreram, o sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, 51 anos, e o tenente Deroci de Almeida da Costa, 46.
Demolições históricas pelo país
A FBI Demolidora tem sede no município paulista de Cotia. Um dos responsáveis técnicos pela implosão, o engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias foi responsável por algumas das maiores implosões já realizadas no Brasil, como do Edifício Palace II, no Rio de Janeiro, em 1998, da penitenciária do Carandiru, em São Paulo, em 2002, do Edifício Berrini, também em São Paulo, em 2008, considerada uma das operações mais difíceis já executadas no país, e do Estádio da Fonte Nova, em Salvador, em 2010. Os trabalhos lhe renderam o apelido de “Manezinho da Implosão”.