Os casos de ataques a veículos no acesso de Porto Alegre voltaram a acontecer na noite desta quarta-feira (5). GZH ouviu duas vítimas, que estavam na carona dos carros, alvos de pedradas na Avenida Presidente Castello Branco. Os episódios estão sob investigação da Polícia Civil.
A designer Paola Szulczewski, 29 anos, estava na carona da Duster Oroch conduzida pelo marido, Felipe Fortes, 29, quando aconteceu o ataque. O casal reside em Canoas, na Região Metropolitana, mas seguia para a Capital para buscar os dois filhos, na casa dos avós. Por volta das 21h30min, cruzaram pela antiga ponte do Guaíba.
— Sempre tomamos muito cuidado porque sabíamos dos ocorridos, do óbito. Mas achávamos que era do outro lado. Passamos e, em seguida, sentimos o impacto — recorda.
A pedra atingiu primeiro o capô do veículo e, na sequência, colidiu contra o para-brisas, estilhaçando o vidro dianteiro.
— Foi um impacto muito grande. Nos assustamos. Atingiu com muita força. Graças a Deus meu marido teve o controle de segurar a direção — descreve Paola.
Logo depois, o casal estacionou o veículo nas margens da via e fez contato com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O registro foi realizado no local pela Brigada Militar. Paola diz que outros motoristas também pararam no acostamento, relatando terem sido alvo dos mesmos criminosos, entre eles uma ambulância e um motorista de aplicativos.
— É muito preocupante. Depois de nós, pelo menos quatro carros pararam pelo mesmo motivo. E já tinha pego na ambulância. Outra pessoa já morreu da mesma forma, para mim é um descaso. Estão esperando dar mais um óbito no local? — reclama a designer, em alusão ao caso que resultou na morte de uma passageira em 12 de junho do ano passado.
"Susto enorme"
Enquanto Paola aguardava no acostamento, outra família chegou ao local, na mesma situação. Os fotógrafos Vanessa Silva da Rosa e Alisson Santos de Souza, ambos de 34 anos, retornavam de Cachoeirinha com os dois filhos no banco traseiro da Spin, quando foram atacados. Moradores da Zona Sul, tinham ido até uma pizzaria na cidade da Grande Porto Alegre para comemorar o aniversário de Vanessa, e voltavam pela Castello Branco.
— Estávamos passando naquela região, quando simplesmente deu aquele estouro, muito alto. Meu marido gritou: “é pedra”. Não tivemos muita reação na hora, a não ser continuar — relata.
A pedra atingiu o retrovisor ao lado do condutor, que foi destruído com a pancada.
— Por sorte não pegou no vidro para entrar no carro. Foi um susto enorme. Eu estava tremendo, na hora fiquei muito nervosa com o que poderia ter acontecido — diz.
Vanessa, assim como Paola, teve registro realizado pela Brigada Militar ainda na noite de quarta-feira. A fotógrafa reclama de ter telefonado mais de uma vez para a PRF, informando que as pedras ainda estavam sendo arremessadas na via, já que outros condutores teriam passado pelo local e relatado o mesmo.
A PRF alega que, assim que foi comunicada dos fatos, deslocou equipe para o local, fez buscas aos criminosos e reforçou as rondas, que já eram realizadas.
Pelo ângulo no qual os carros foram atingidos, os condutores acreditam que as pedras tenham sido arremessadas de dentro da área dos trilhos do trem. A Polícia Civil investiga se pode haver relação entre os ataques e o caso de um homem que morreu atropelado pelo trem em horário próximo aos dos casos.
— Estamos investigando, mas ainda é cedo para fazermos alguma vinculação — diz o delegado Cristiano Alvarez.
O que fazer?
Caso seja vítima desse tipo de crime, a orientação é tentar comunicar o fato o mais rápido possível para as polícias. É possível entrar em contato com a PRF, pelo 191, com a Brigada Militar, pelo 190, e com o Comando Rodoviário da BM, pelo 198. Também se deve registrar o fato, o que pode ser feito tanto em uma delegacia mais próxima, como pela Delegacia Online.