Em depoimento dado à Polícia Civil, o homem apontado como autor do assassinato de Beatriz Angélica Mota, sete anos, em Petrolina, Pernambuco, em 2015, afirmou que o crime não foi premeditado e que só a atacou após ela flagrá-lo e logo em seguida começar a gritar. De acordo com Marcelo da Silva, de 40 anos, ele havia se refugiado na escola após tentar furtar uma moto e que acreditava se tratar de uma igreja no primeiro momento. As informações são do portal G1.
"Aquela mexida na moto... Eu não sei se é o instinto de ladrão ou era a vontade de ir para casa. Se aquela moto pegasse, eu iria para casa. Se ela pegasse, tinha evitado essa tragédia aí. Eu pensei que estava entrando numa igreja. Aí, quando eu fui entrar, eu fui barrado por alguém que eu acho que viu meu estado de embriaguez", declarou.
Depois de ser barrado, ele teria voltado ao colégio, desta vez para beber água. Foi nesse momento que encontrou Beatriz perto do bebedouro, que ficava próximo ao depósito onde o corpo foi encontrado. Marcelo da Silva afirmou também não saber ao certo onde conseguiu a faca que utilizou para assassinar Beatriz e que a menina teria percebido que ele carregava o objeto.
"Ela disse 'você está com uma faca aí'. Aí eu gritei 'cala a boca'. Aí eu, com medo de ela correr, disse 'entra aí'. Aí botei ela pra dentro do quarto. Eu disse 'fique caladinha, não saia, não, enquanto eu não for embora. Eu já estou indo embora, fique bem quietinha'. Aí sabe o que aconteceu? Ela começou foi a gritar", afirmou, em depoimento. Por fim, ele afirmou que teria ficado com medo de descobrirem que ele estava com uma faca por causa dos gritos da menina e, por isso, teria decidido atacá-la.
Antes de ir embora, Marcelo afirmou que teria sido flagrado por um jovem enquanto lavava as mãos ensanguentadas no banheiro da escola e ao ser questionado afirmou que tinha se cortado. Depois disso, afirmou que foi se lavar em um rio próximo, onde teria conseguido outras roupas com moradores de rua.
Em entrevista para o Fantástico, os pais da menina disseram acreditar que Marcelo realmente seja o assassino de Beatriz, mas afirmaram que muitas perguntas ainda precisam ser respondidas. Lucinha Mota, a mãe da menina, afirmou à reportagem que não está sabendo lidar com os últimos detalhes divulgados pela força-tarefa responsável pelas investigações. "Eu estou me segurando, estou controlando meu lado emocional nesse momento. Eu coloquei minhas lágrimas, minha dor numa caixinha para ser racional e tentar colaborar o máximo possível na investigação", afirmou.
A menina Beatriz foi morta com 42 facadas em 10 de dezembro de 2015, enquanto participava da formatura da irmã, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina. Ela saiu do lado dos pais para beber água e desapareceu. O corpo foi encontrado cerca de 30 minutos depois, atrás de um armário em uma sala desativada da escola. Na última semana, a Polícia Científica de Pernambuco conseguiu identificar o DNA residual do cabo da faca usada no assassinato e ligá-lo ao de Marcelo da Silva, que já estava preso por outros crimes.