Um dos supostos envolvidos no roubo a um carro-forte em Guaíba na semana passada, Emerson da Silva Gerome, 38 anos, tinha passagens pela polícia e condenação na Justiça. Conforme a Brigada Militar (BM), ele morreu durante um tiroteio com policiais na Ilha do Pavão, em Porto Alegre, durante o cerco feito no local para capturar os criminosos.
Natural de Porto Alegre, Gerome havia sido condenado em 2005 pelos crimes de roubo e extorsão. A pena total definida foi de 14 anos e quatro meses, e ele já havia cumprido cerca de 12 anos da pena, em diferentes regimes. De acordo com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), o suspeito entrou e saiu diversas vezes do sistema prisional entre 2004 e 2019, ano em que foi posto em liberdade condicional, situação em que se encontrava até a semana passada.
Gerome morreu na quarta-feira (29), junto de outro suspeito, identificado como Alexandro Rodrigues, 40, natural de Canoas. Rodrigues passou pelo sistema prisional entre 2003 e 2020, também entre saídas e retornos. Em junho de 2021, ele progrediu para o regime aberto, mas seguia sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, segundo a Susepe.
Em nota, a Polícia Civil divulgou que os dois homens tinham antecedentes por roubo majorado, homicídios qualificados, tráfico de drogas e crime de organização criminosa.
Polícia tenta esclarecer roubo e paradeiro de sexto suspeito
Nesta terça-feira (4), o delegado responsável pelo caso, Vinícios do Valle, interino da Delegacia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), não divulgou novidades sobre a investigação.
Até o momento, a polícia indicava que cinco homens que estariam envolvidos no roubo estavam presos ou mortos, já que além de Gerome e Rodrigues, outro homem foi encontrado morto às margens da Ilha do Pavão, com sinais de afogamento, na quinta-feira (30). A BM acreditava que ele teria tentado fugir a nado do local. A identidade dele não foi divulgada.
Mas na tarde desta terça-feira, o Deic divulgou nota dizendo não haver indícios da participação dele no assalto e que a investigação sobre as circunstâncias da morte será feita pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Outros dois homens, identificados como José Cristiano Botelho Rodrigues e Charles Porto Barbosa, foram presos na quarta, durante a fuga. Eles tinham prisões por assassinato de policial e roubo a banco. Durante o depoimento, os dois presos se mantiveram em silêncio.
Pelo menos mais um suspeito também estaria na ação, mas não foi localizado até o momento, mesmo com o cerco feito nas Ilhas, que foi encerrado na sexta-feira (31). Segundo a BM, o comando da corporação avaliou que não valia a pena manter as equipes no local.
O assalto ao carro-forte ocorreu na manhã de quarta, quando o veículo estava estacionado em frente a um supermercado às margens da BR-290, em Guaíba. Na ação, os criminosos chegaram armados de fuzis e disfarçados de policiais civis. Eles usaram um veículo adesivado e com giroflex, que simulava uma viatura da Polícia Civil. O grupo rendeu vigilantes no momento em que abasteciam um caixa eletrônico.
Ao deixarem o local, os criminosos abandonaram veículo em uma das pontes sobre o Rio Jacuí, roubaram automóveis, fizeram reféns e usaram um pequeno barco para ir de uma ilha para outra. Depois, a polícia montou o cerco na região. Durante a fuga, o grupo chegou a atirar contra um helicóptero da BM.
Quase R$ 4 milhões foram apreendidos, diz BM
Conforme a BM, foram apreendidos cerca de RS 3,7 milhões. A maior parte da quantia, cerca de R$ 3,3 milhões, foi encontrada em uma van usada pelo grupo. Outros cerca de R$ 416 mil foram localizados em uma mata nas Ilhas.
Também foram localizados ao menos duas pistolas, duas espingardas e três revólveres, além de munições e carregadores de fuzil de diferentes calibres, capacetes balísticos, bloqueador de sinal, botas táticas e coldres. Os fuzis usados pelo grupo não foram encontrados, até o momento.
Nenhum policial ficou ferido na ação. Viaturas e o helicóptero usado também não sofreram danos.