
Após 12 horas de julgamento, o Tribunal do Júri na 1ª Vara Criminal de São Leopoldo, no Vale do Sinos, condenou o réu acusado pela morte do açougueiro Maycon Douglas dos Santos Michel, 27 anos, em frente ao minimercado que trabalhava. O crime ocorreu em 5 de setembro de 2018
A sessão começou às 9h e terminou por volta das 21h. Os pais do réu chegaram a ser indiciados e detidos durante a apuração do caso, mas foram excluídos do julgamento.
Juiz da 1ª Vara, o magistrado José Antônio Prates Piccoli aplicou a Cristian Fernando Medeiros, 33 anos, a pena de 24 anos e seis meses de prisão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado. O réu respondeu por homicídio qualificado e já estava recolhido cautelarmente na Penitenciária Estadual do Jacuí desde o ano do crime.
Pela manhã, foram ouvidas as testemunhas de defesa e seu interrogatório. À tarde, o Ministério Público, assistente de acusação e os defensores de Cristian falaram. O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri foi constituído de cinco mulheres e dois homens.
Os jurados reconheceram, por maioria de votos, que o crime foi cometido por motivo torpe em retaliação por uma reclamação trabalhista por parte Maycon contra os pais de Cristian. Também entenderam que o crime ofereceu risco a outras pessoas, já que os tiros foram em via pública.
Outra conclusão foi de que o crime ocorreu por dissimulação, já que Cristian aproximou-se da vítima usando capuz e boné escuro para não ser percebido. O ataque, ainda, impossibilitou a defesa da vítima — desarmado e de costas para o agressor, o açougueiro foi surpreendido pelo ataque.
Maycon foi funcionário do estabelecimento do qual os pais do réu eram proprietários e acabou morto em frente ao local onde estava trabalhando. A ação trabalhista teria ocorrido porque os ex-patrões não assinaram a carteira de Michel.