A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta quarta-feira (17) uma ação para desarticular quadrilha estabelecida na fronteira com o Uruguai, dedicada à prática de crimes financeiros como lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O grupo, que utilizava empresas de fachada para a prática dos crimes, estaria supostamente prestando serviço para organização criminosa do Rio de Janeiro e chegou a movimentar, em quatro anos, cerca de R$ 230 milhões.
O esquema consistia no recebimento de valores suspeitos, com a dissimulação do real beneficiário das quantias, praticando lavagem de dinheiro, e a remessa clandestina de parte dos valores ao Uruguai.
A investigação iniciou em 2017 em razão da constatação de movimentação financeira suspeita por parte dos investigados. Com o prosseguimento da apuração, verificou-se a utilização de, pelo menos, 11 pessoas físicas e 11 empresas de fachada para a prática dos crimes.
A Operação Shawarma, cumpre nove mandados de prisão e 18 de busca e apreensão nos municípios de Chuí, Santa Vitória do Palmar, Pelotas, Rio Grande, Porto Alegre e São Paulo. Também foi determinado o bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade sobre bens imóveis de 24 pessoas (físicas ou jurídicas) envolvidas no esquema criminoso. Segundo a PF, seis pessoas foram presas até o momento.
A movimentação financeira identificada no período entre 2016 a 2020 foi de aproximadamente 230 milhões de reais. Valores de diversos Estados do Brasil foram remetidos aos investigados, sendo identificados numerários oriundos de pessoas envolvidas com a prática de contrabando e de empresa suspeita de realizar a movimentação financeira de organização criminosa do Rio de Janeiro.
Os investigados poderão ser responsabilizados pelos delitos de organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.