Três presos por suspeita de envolvimento no latrocínio de Cristiane da Costa dos Santos, 20 anos, na zona sul de Porto Alegre foram denunciados pelo Ministério Público (MP) e viraram réus pela morte da jovem. Dois homens e uma mulher são acusados de terem cometido o assalto em 23 de setembro, que resultou na morte da jovem. Funcionária de uma loja do BarraShoppingSul, ela aguardava pelo ônibus, na Avenida Chuí, quando foi atacada e morta com um tiro no peito.
A denúncia foi encaminhada pelo MP na segunda-feira (8) contra os três pelos crimes de roubo com morte (latrocínio), associação criminosa e roubo — este último porque, além de Cristiane, mais cinco pessoas foram assaltadas na parada de ônibus. Conforme a denúncia do MP, os criminosos fugiram, levando quatro celulares — Cristiane não chegou a ter o aparelho roubado. Ela caiu no chão, ainda com o celular na mão. A denúncia foi aceita pelo Judiciário e o trio se tornou réu pelos crimes.
Um dos acusados é Wesley Ricardo Aquino Corrêa, 21 anos, preso em 7 de outubro por policiais do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM), quando caminhava na Rua 24 de Agosto, no bairro Sarandi, zona norte de Porto Alegre. O outro é Wellynton Matheus Fernandes Moraes, 19, preso pela Brigada em São Nicolau, no noroeste do RS, em 12 de outubro. Wellynton ainda responde por posse irregular de munição de arma de fogo de uso permitido.
Os dois foram identificados pela Polícia Civil como os responsáveis pelo assalto na parada. Quando ouvidos, um imputou ao outro a autoria do disparo contra Cristiane. Não ficou claro até o momento por qual motivo eles atiraram na jovem. Uma das suspeitas é de que ela possa ter hesitado em entregar o aparelho.
Em depoimento, cada um dos suspeitos apontou uma versão para o disparo contra Cristiane. Wellynton, o primeiro a ser ouvido, alegou que ela tentou reagir ao assalto, e o outro, Wesley, afirmou que ela teria tentado tirar a arma da cintura do comparsa. Já as testemunhas alegaram que o disparo aconteceu de forma muito rápida, após um dos criminosos gritar com a jovem.
Uma mulher também havia sido detida por suspeita de ter sido responsável por levar os dois até o local do assalto em um Fiesta, e depois resgatar a dupla, permitindo que eles fugissem. Com ela, foi apreendido celular que mostra troca de mensagens com outro suspeito sobre o latrocínio.
A polícia chegou até a investigada ao receber a informação da participação do Fiesta. Com auxílio de imagens de câmeras de segurança — e com a particularidade de o veículo estar com um dos faróis traseiros queimados —, os agentes chegaram ao proprietário do carro, ex-marido da suspeita. A polícia tentou ouvir a mulher, mas ela optou por permanecer em silêncio.
O mesmo trio já havia sido indiciado pela Polícia Civil no dia 27 de outubro. Segundo a delegada Luciana Smith, a polícia pediu a prisão preventiva dos três, o que foi determinado pelo Judiciário. O caso tramita na 16ª Vara Criminal de Porto Alegre.
GZH tenta contato com a defesa dos réus. Segundo o Tribunal de Justiça, Wesley ainda não constituiu defesa.