O homem de 35 anos suspeito de ter abusado e matado uma menina de cinco anos em Lajeado, no Vale do Taquari, foi indiciado por estupro de vulnerável e homicídio com quatro qualificadoras. Preso desde 4 de setembro, data do crime, ele foi transferido do Presídio Estadual de Lajeado para Presídio Estadual de Sobradinho por questões de segurança penitenciária.
Ágatha Rodrigues dos Santos foi encontrada morta no Rio Taquari após sair de casa para ir ao mercado com o amigo da mãe. O laudo do corpo da menina confirma que a criança foi estuprada e arremessada com vida no rio que faz divisa entre Lajeado e Estrela. A causa da morte é asfixia por afogamento.
— Foi um crime que chocou todo mundo, tanto que ele precisou ser removido, causou uma ebulição na cidade. Chocou inclusive os policiais que atenderam a ocorrência — afirma o delegado Humberto Messa.
As qualificadoras do crime apontadas por Messa são recurso que impossibilitou defesa da vítima, asfixia por água, ação para assegurar impunidade do crime e feminicídio.
A mãe da menina também foi indiciada por entrega de menor de 18 anos a pessoa inidônea. É um delito de menor potencial ofensivo, que não cabe pedido de prisão, previsto no Código Penal que responsabiliza pais ou responsáveis que deixam menores de 18 anos na companhia de pessoas que eles saibam que possam oferecer perigo moral ou material a criança ou adolescente.
— É um termo circunstanciado. Por tudo que vi, ela tinha condições e saber que o homem não era idôneo, tinha formas de perceber isso, mas não significa que será processada. Essa é a minha conclusão, agora será avaliado pelo Judiciário — disse o delegado.
Dez pessoas foram ouvidas no inquérito e algumas dessas testemunhas confirmam que o homem levou Ágatha até a barranca do rio e que estava com comportamento alterado. Não foi feito exame toxicológico no suspeito que está preso preventivamente.
Na leitura do delegado, imagens de câmeras da prefeitura e de um supermercado também comprovam que o suspeito estava caminhando com a menina instantes antes do crime:
— O relato das pessoas e todas essas provas somadas não nos deixam dúvida quanto à autoria.
O nome dos suspeito não foi divulgado pela Polícia Civil devido a Lei de Abuso de Autoridade.