Um laudo pericial comprovou que um Ford Fiesta vermelho foi utilizado em uma tentativa de homicídio que ocorreu em abril no bairro Restinga, em Porto Alegre. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito pelo crime, um homem de 27 anos, aparece em imagens de câmeras de segurança agredindo e depois atropelando a vítima repetidas vezes. O homem está preso desde junho. A vítima sobreviveu e se recupera em casa.
O laudo, realizado pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), será encaminhado para a Justiça para complementar o inquérito policial, que já havia sido remetido.
Conforme o delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, titular da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, responsável pela investigação, o caso choca pela violência utilizada. O homem agredido teve parte do pescoço dilacerado e precisou fazer preenchimento de pele.
— Foi uma investigação bem sensível. Um crime completamente violento, agressivo. O homem primeiro agride a vítima, que chega a ficar inconsciente na rua. Depois, o agressor pega o carro e passa por cima do homem diversas vezes. O que nos chama a atenção é que ele posiciona o carro em cima do pescoço da vítima e patina o carro ali. Quem vê as imagens não credita que ele sobreviveu — descreve Pohlmann.
O veículo está registrado no nome da companheira do suspeito, que não tem envolvimento no caso, segundo a polícia. Conforme a investigação, os dois homens estavam na rua e teriam discutido pouco antes da briga.
— A motivação é completamente banal. A vítima teria ido até o carro dele, não se sabe o que falaram, mas foi algo de momento, e em seguida começam as agressões.
Laudo ajuda a consolidar investigação
Para o delegado, não há dúvidas da autoria do crime, mas a prova técnica produzida pelo IGP ajuda a consolidar o caso.
— A investigação teve todos os quesitos necessários contemplados, tanto de imagens e testemunhas e, agora, mais essa prova técnica — diz Pohlmann.
Conforme o IGP, o Departamento de Perícias Laboratoriais foi acionado para realizar o exame de luminol, que detecta vestígios de sangue oculto, no veículo, que só foi localizado pela polícia cerca de dois meses após o crime.
— Havia muita incerteza sobre a possibilidade de se obter o perfil genético nas amostras coletadas no veículo. Entre o dia do fato e a data da coleta, o carro continuou rodando, foi lavado, pegou sol e chuva, fatores que diminuem as chances de sucesso da análise — desataca o perito criminal Anderson Oenning, que realizou a análise com luminol e a coleta dos materiais.
Cerca de 13 materiais das partes do veículo onde o luminol revelou que poderia existir sangue foram coletados e encaminhados para análise. No laboratório da Divisão de Genética Forense houve a comprovação de que algumas amostras coletadas do carro se tratavam de vestígios de sangue humano. Elas foram processadas e comparadas, se mostrando compatíveis com o material da vítima.