Após fazerem diferentes varreduras no Rio Tramandaí, onde Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26 anos, diz ter arremessado o corpo do filho de sete anos, os bombeiros do Litoral Norte concentram esforços nesta segunda-feira (2) nas buscas por terra. As equipes estão fazendo levantamento da área desde o limite entre Tramandaí e Imbé até Torres — a área é de cerca de 90 quilômetros.
Segundo o comandante da operação e dos bombeiros de Tramandaí, tenente Elísio Lucrécio, a maior probabilidade é de que o corpo de Miguel dos Santos Rodrigues tenha sido arrastado para o mar.
— Nos últimos dois dias a vazante foi muito forte. A possibilidade é grande, mas não descartamos nenhuma hipótese — afirma.
Por isso, nesta segunda-feira, só devem ser realizadas buscas no Rio Tramandaí caso se tenha alguma suspeita. Nos últimos dias, foram usadas embarcações e mergulhadores no local.
— Fizemos a varredura e o mapeamento de todos os pontos ali, onde poderia estar trancado. Alertamos os pescadores para que, caso percebam algo nas redes, nos informem, que retornamos para fazer essa busca pontual — explica o tenente.
A busca por terra contará com as equipes de Tramandaí, Capão da Canoa e Torres. Os bombeiros seguirão em veículos pela orla e farão paradas em alguns pontos na tentativa de avistar algo suspeito na praia ou no mar. Na ação, também será utilizado um drone para auxiliar nas buscas. Na semana passada, helicópteros foram usados.
O caso
No domingo (1°), Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23 anos, companheira da mãe do menino, também foi presa. A Polícia Civil ouviu o depoimento dela, que alega que o crime teria sido cometido somente pela companheira. Mas mensagens e vídeos obtidos em um celular apreendido indicam que as duas teriam torturado a criança de forma física e psicológica.
O caso chegou à polícia na semana passada, quando a mãe da criança procurou a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Tramandaí. A mulher inicialmente queria registrar o desaparecimento do menino, mas acabou confessando a morte.
Em depoimento, segundo o delegado Antônio Carlos Ractz Júnior, ela admitiu ter espancado a criança e depois dopado com medicamento. Na sequência, teria colocado o corpo do garoto em uma mala e arremessado o filho no Rio Tramandaí.
A mala que teria sido usada para transportar a criança foi encontrada nas proximidades do rio, em uma lixeira. A mãe foi presa em flagrante e teve prisão preventiva decretada pela Justiça.