As buscas ao menino Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, chegam ao oitavo dia nesta quinta-feira (5). Desde a semana passada, a operação tenta localizar o corpo do menino que, segundo a própria mãe — presa pelo crime —, foi espancado, dopado e jogado no Rio Tramandaí, em Imbé, no Litoral Norte.
Dez bombeiros fazem a procura, usando duas picapes, um drone, um jet-ski e um bote motorizado. Durante a manhã, o trabalho é concentrado na faixa de areia à beira-mar, entre Capão da Canoa e Torres. Durante a tarde, os agentes vão fazer o trajeto inverso ao que a mãe do garoto diz ter feito com a mala em que supostamente levou o corpo, para descartar a possibilidade de que ela tenha mentido para atrapalhar a procura.
A cada dia que passa, no entanto, diminuiu a expectativa de que o menino seja encontrado próximo de Imbé.
— A expectativa é esperar aparecer, infelizmente. As chances de estar no rio são muito poucas. A grande probabilidade é de que esteja navegando em alto mar — relata o comandante dos bombeiros de Tramandaí, tenente Elísio Lucrécio.
O mar está claro e mais baixo do que nos últimos dias, segundo os bombeiros. O céu é nublado, mas não chove.
Polícia ouve vizinhos
Enquanto os bombeiros dão prosseguimento às buscas, a Polícia Civil amplia a investigação ouvindo vizinhos do local onde o garoto residia e, também, de uma outra casa onde ele morou. O objetivo é traçar o perfil de como o menino era tratado.
Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23 anos, madrasta de Miguel, foi transferida na quarta-feira (4) para o Instituto Psiquiátrico Forense, em Porto Alegre, que recebe criminosos com doenças mentais que cumprem medida de segurança. Já a mãe da criança, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26 anos, está recolhida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana.
Contrapontos
Uma nova equipe assumiu a defesa de Yasmin nesta quarta-feira. O advogado Jean Severo, que passa a atuar no caso, informou que só irá se manifestar após analisar o inquérito.
— Tem algumas informações que foram dadas da acusada para defesa que não estão batendo. Então a gente vai analisar muita coisa — disse.
Severo também atua na defesa de Alexandra Dougokenski, presa após confessar ter matado o filho em Planalto, no norte gaúcho, e defendeu Edelvânia Wirganovicz, condenada pela morte de Bernardo Boldrini.
A advogada Josiane Tristão Silvano, que defende Bruna, informou que só irá se manifestar sobre o caso após ouvir a cliente.