Equipes refizeram na tarde desta quarta-feira (4) os 1,9 quilômetro que Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26 anos, e Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23, afirmam ter percorrido na área central de Imbé, no Litoral Norte, transportando Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, em uma mala. Bombeiros realizaram uma varredura a pé, em pontos onde o corpo do menino poderia ter sido depositado. Equipe do Instituto-Geral de Perícias (IGP), acompanhada da Polícia Civil, também fez levantamento desses locais.
A equipe dos bombeiros partiu no início da tarde da Rua Sapucaia, onde o menino morava com a mãe e a companheira dela em uma pousada. Dali, seguiram em direção à Avenida Paraguassú, já que Yasmin afirma ter atravessado a via principal da cidade, próximo da prefeitura, para então acessar outras ruas e chegar ao Rio Tramandaí. Munidos com ferramentas, como enxadas, os bombeiros ingressaram em terrenos baldios e reviraram bueiros. São pontos onde se acredita que o corpo do menino poderia ter sido depositado.
— Precisamos descartar todas as possibilidades. Ainda que ela diga que o corpo está na água, não podemos desconsiderar nenhuma hipótese. No rio, já verificamos todos os locais onde o corpo poderia ter trancado. As equipes também seguem fazendo levantamento na orla —explica o comandante dos bombeiros de Tramandaí, o tenente Elísio Lucrécio, que participou das buscas a pé.
Durante a manhã, os bombeiros percorreram novamente os 90 quilômetros entre Tramandaí e Torres, pela orla. As buscas contam com equipes de Tramandaí, Capão da Canoa e Torres. Os bombeiros usam um drone para ampliar a visualização. No percurso, em Capão da Canoa, o soldado Gabriel Almeida, 37 anos, registrou, da orla, com o equipamento, a passagem de duas baleias franca a cerca de dois quilômetros da praia. As embarcações só devem voltar a ser usadas no Rio Tramandaí caso alguma nova informação ou suspeita de onde esteja o corpo seja repassada aos bombeiros.
Perícia
No começo da tarde, uma equipe do Instituto-Geral de Perícias (IGP) também refez o trajeto por meio do qual Yasmin diz ter transportado o corpo do filho. Os peritos foram até o Rio Tramandaí, na Avenida Nilza Costa Godoy, ponto no qual a mãe diz ter retirado Miguel da mala e jogado nas águas. Depois disso, a mulher afirma ter deixado a mala em uma lixeira, perto de residências, na Rua Sebastião do Caí. Os peritos também estiveram nesse ponto, fazendo levantamento do entorno e registro fotográfico.
Na terça-feira à noite a equipe do IGP esteve nas duas pousadas onde as mulheres moraram com o menino. Uma delas fica na praia de Santa Terezinha, em Imbé, e a outra na área central do município. No local, foram coletados vestígios que podem ajudar a comprovar tanto o homicídio, quanto as torturas sofridas pela criança. As duas mulheres continuam presas e foram transferidas ainda na terça para a Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
Contrapontos
Uma nova equipe assumiu a defesa de Yasmin nesta quarta-feira. No entanto, o advogado Jean Severo, que passa a atuar no caso, informou que só irá se manifestar após analisar o inquérito. "Tem algumas informações que foram dadas da acusada para defesa que não estão batendo. Então a gente vai analisar muita coisa", diz o advogado.
A advogada Josiane Tristão Silvano, que defende Bruna, informou que só irá se manifestar sobre o caso após ouvir a cliente.