O Corpo de Bombeiros ampliou para terrenos baldios de Imbé a área de procura ao menino Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos. O objetivo é descartar que o corpo do garoto possa estar em algum lugar diferente do que afirmou a mãe, que relatou ter espancado, dopado e atirado o próprio filho desacordado no Rio Tramandaí, no Litoral Norte.
— Já que temos só a versão do casal de que o menino teria sido jogado na água e até agora não apareceu o corpo, temos que considerar todas as possibilidades. Por isso, está sendo procurado nas redondezas das casas — declarou o delegado Antônio Carlos Ractz Junior.
Além disso, policiais estão capturando imagens de câmeras de segurança das redondezas de onde o garoto morava para analisar se, de fato, a mãe e a companheira passaram com a mala na qual o garoto estaria dentro.
Uma perícia está marcada para o final da tarde desta terça-feira (3) na casa onde o garoto menino morava, com o uso de luminol, um produto químico que reage com a presença de sangue, emitindo uma luz. A mala apreendida pela polícia, que teria sido usada para o transporte do corpo, também será periciada.
Além do trabalho nos terrenos, o Corpo de Bombeiros faz buscas na beira da praia do Litoral Norte, usando 10 militares e quatro viaturas. Eles percorrem o trecho entre Imbé e Capão da Canoa.
De acordo com o comandante dos bombeiros de Tramandaí, tenente Elísio Lucrécio, responsável pelas buscas, a água do rio e do mar está mais limpa e a maré baixou, o que auxilia a procura no trecho.
— Nenhuma informação de pescadores e nem de populares. Continuamos pela orla com as equipes, também operando com o drone — complementou.
O caso
A Polícia Civil prendeu em flagrante, por homicídio, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26 anos, que confessou ter espancado e jogado na água do Rio Tramandaí o filho de sete anos em Imbé. Ela procurou a delegacia para registrar o desaparecimento do menino, mas acabou confessando o crime.
Conforme o delegado, a mulher detalhou como teria acontecido. Ela contou ter dopado a criança com um antidepressivo e, depois, o colocado em uma mala, na madrugada de quinta-feira (29). Em seguida, teria saído com a companheira da casa onde moravam, na área central de Imbé.
— Era uma mala de rodinhas. Ela saiu puxando e foi até o Rio Tramandaí, onde diz que retirou o corpo do menino e jogou na água. Ela não sabe se ele estava morto quando jogou. Nesse tempo todo de polícia, é uma das coisas mais horrendas que já vi — afirmou o delegado.
Bruna Nathiele Porto da Rosa, companheira de Yasmin, foi presa no último domingo (1º). Ela alega que a mulher fez tudo sozinha e não teve participação, mas para a polícia ela sabia e auxiliou no resultado.
Contrapontos
O advogado Bruno Vasconcelos, até então responsável pela defesa de Yasmin, informou na tarde desta terça-feira (3) que deixará o caso. Em nota, disse que comunicará o juízo competente que não atuará mais na defesa técnica dela e que não comentará o caso. GZH entrou em contato com o Tribunal de Justiça para saber se uma nova defesa foi constituída e aguarda retorno.
A advogada Josiane Tristão Silvano, que defende Bruna, informou que está analisando o inquérito e as provas e que só deve se manifestar após conversar novamente com a cliente.