O funcionário de uma agência do Banco do Brasil, em Alvorada, na Região Metropolitana, foi sequestrado na manhã dessa segunda-feira (21) em Porto Alegre e foi obrigado pelos criminosos a pedir para colegas efetuarem saques na instituição bancária. Na ação, que se estendeu por duas horas e meia, os bandidos levaram dinheiro sem entrar no banco. Os valores foram entregues a outro integrante da quadrilha que aguardava próximo à agência.
O empregado do banco foi rendido por volta das 7h50min, nas imediações da sua casa, na Capital, quando estava saindo da residência. Os criminosos simularam uma blitz de trânsito e, usando uniformes e roupas de fiscalização, sinalizaram para o carro parar. O homem foi abordado e pediram para ele sair do veículo. Nesse momento, a vítima não visualizou arma.
— Ele ficou nervoso, foi rendido e colocado deitado no banco de trás do veículo que parou atrás do dele. Esse carro vinha com outros criminosos — explica o delegado João Paulo Abreu, titular 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Pelo menos dois veículos estavam envolvidos na ação: um parou em frente ao carro da vítima e outro atrás. O homem ficou em poder dos criminosos até 10h20min. Nesse período, o grupo exigiu que ele ligasse para outros funcionários da agência para pedir a retirada de valores, com a ameaça de que a família de outro colega estaria sendo mantida em cárcere privado. Esse segundo crime não está confirmado pela polícia e vem sendo apurado. Convencidos de que precisavam fazer os saques, os colegas retiraram o dinheiro e entregaram para uma pessoa que estava próxima ao banco, que fugiu. A polícia apura se esse indivíduo estava a pé ou de carro.
— Essa entrega foi orientada por ligações telefônicas por parte dos criminosos — afirma Abreu.
A quantidade de dinheiro levada não foi informada pelo banco. Em nota, o Banco do Brasil disse que "lamenta os transtornos vividos pelos funcionários da agência do município de Alvorada. " Afirmou que presta "toda assessoria (médica, psicológica e de assistência social) à família" da vítima e "aos demais funcionários da agência". E disse que "colabora com as autoridades policiais na apuração da ocorrência."
A polícia busca imagens de câmeras de segurança que mostrem a dinâmica do crime e tenta entender quantas pessoas participaram da ação. Por enquanto, o grupo não está identificado e ninguém foi preso.
— Não houve ingresso dos criminosos na agência, estamos buscando outras fontes para chegar aos participantes. E sabemos que houve, sim, uso de arma, só não no momento da retirada da vítima do seu carro. Essa ação não tem nada a ver com crime de roubo a banco que vem acontecendo em Porto Alegre, muito menos com os que acontecem no Interior. É um crime de extorsão mediante sequestro envolvendo funcionários de uma instituição bancária, como ocorrem em outros Estados — destacou o delegado.
O homem sequestrado foi liberado na Rodovia do Parque, BR-448, próximo à Praia de Paquetá, em Canoas. Ninguém ficou ferido. A polícia não divulga o cargo da vítima na agência para evitar sua exposição.
Qualquer informação ou colaboração sobre o caso pode ser repassada de forma anônima à 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos pelo telefone 0800 510 28 28.